Maior parte dos reajustes salariais perdem para a inflação em setembro

Um boletim divulgado pelo “Salariômetro”, apontou que apenas 9,5% das negociações trabalhistas no Brasil, conseguem ser superiores ao índice da inflação. Isso é o equivalente a dois terços dos reajustes salariais que foram feitos no país durante o último mês, revelado pela Fundação de Pesquisas Econômicas.

Poucos foram os setores que obtiveram ganhos acima da inflação, como gráficas, editoras e artefatos de borracha. Ambas registaram um aumento de apenas 0,1% acima do INPC, que é o Índice que mede os produtos essenciais do país, em especial da cesta básica.

O impacto da inflação no trabalho prejudica fortemente vários setores no país. As empresas jornalísticas, ficaram 9,2% abaixo no rendimento, publicidade e propaganda caíram 7,4%, extração e refinação de petróleo com -5,7% e energia elétrica com um índice de -5,4% da inflação.

Por que a inflação no país está tão alta?

De acordo com a Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, a inflação no país está tão alta, que chega ao ponto de corroer o reajuste salarial da maior parte dos trabalhadores brasileiros, sendo que está cada vez mais difícil alcançar um salário mensal que dê para todos os gastos básicos, como alimentos, energia, água e gás.

A perda salarial se deve em especial a dois fatores: a desocupação acaba tirando o já baixo poder de compra do trabalhador e a inflação acaba se refletindo nos salários. A inflação é um dos piores mundos, que afeta sobretudo os mais pobres.

E ainda em um contexto de crise econômica e um índice elevado de desempregado, nem mesmo os sindicatos estão arranjando forças para realizarem greves, tampouco para reivindicar mais garantias que já foram tiradas dos trabalhadores no país.

Regra da oferta e da demanda

Em uma situação onde cada vez mais profissionais buscam ofertas de trabalho, acaba que piores são as condições de trabalho oferecidas, o que também impacta na maioria dos casos em baixas remunerações.

No último mês, o reajuste mediano foi de 8%, ficando abaixo dos 10,24% do Índice Geral de Preços ao Consumidor no acumulado dos últimos 12 meses. O piso salarial mediano no mês de setembro foi de apenas R$ 1.255, ainda que em algumas regiões do país o piso médio tenha atingido R$ 1.396.

Previsão é de um cenário econômico delicado para 2022

Para o próximo ano, a previsão é de que o primeiro trimestre já seja bastante delicado, uma vez que as previsões de inflação também são bastante assustadoras. A virada do jogo até pode acontecer, mas depende de um período de estabilidade política que não está acontecendo, principalmente com a possibilidade do estouro do teto de gastos.

Atualmente, existem mais de 14 milhões de desempregados no Brasil, além de 13 milhões de desalentados, que não estão trabalhando na área de seu interesse. Uma boa parte dos brasileiros por não ter uma grande qualificação, acaba trabalhando em empregos de baixa remuneração, que normalmente sempre pagam salários que ficam abaixo da inflação.

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