Latino-americanos e caribenhos querem tecnologia para pagar mais rápido

Dados de uma pesquisa da Visa apontam que 60% dos consumidores estão propensos a adotar uma tecnologia para pagar (e receber) mais rápido, incluindo o Brasil

O estudo Faster Payments Landscape in Latin America, da Visa, aponta que o pagamento instantâneo ou mais ágil está conquistando a preferência dos consumidores latino-americanos e caribenhos. Cerca de 60% dos consumidores e das pequenas e médias empresas (PMEs) da região gostariam de adotar uma tecnologia para pagar mais rápido. O estudo teve a participação de 2.765 consumidores e 1.069 empresas da Argentina, Brasil, México, Colômbia, Chile, Guatemala e Peru.

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Segundo a pesquisa, 80% das pessoas entrevistadas consideram o surgimento de métodos mais ágeis uma facilidade bastante atraente, sendo que o interesse é maior entre consumidores jovens e de menor renda. Para quase metade dos entrevistados (47%), o interesse principal em uma tecnologia para pagar mais rápido é ter acesso imediato ao dinheiro. A alta probabilidade de adoção de pagamentos rápidos é registrada em todos os mercados incluídos no estudo: Guatemala (91%), México (69%), Colômbia (63%), Peru (59%), Brasil (58%), Argentina (49%) e Chile (48%). 

O estudo mostra também que metade dessas pessoas receberam 10 ou mais pagamentos em 2020 e que 19% recebem pelo menos um pagamento por mês, representando uma população cuja renda familiar mensal depende desses recebimentos. Os pagamentos da economia gig (contratações temporárias) são o tipo mais frequente em todos os mercados, seguidos dos pagamentos entre pessoas (P2P). 

Os desembolsos de benefícios sociais são particularmente significativos no Brasil e no Chile, onde o auxílio social relacionado à covid-19 impulsionou os pagamentos do governo aos consumidores em 2020 e 2021. 

No entanto, 50% dos consumidores pesquisados relataram problemas para receber pagamentos. A principal reclamação é a falta de controle quanto à data do recebimento, especialmente para trabalhadores temporários ou informais. Entre os principais casos de uso que geram desconfortos estão: pagamentos de seguro (57%), pagamentos de varejo (55%), desembolsos de empréstimos (53%) e a economia gig (53%). 

Empresas também querem pagamentos mais rápidos   

Já para as PMEs, 52% declaram que provavelmente adotariam uma tecnologia de para pagar mais rápido se tivessem essa opção. Isso traria melhorias de controle financeiro e de fluxo de caixa, respectivamente, ainda mais após a recessão provocada pela pandemia de covid-19, aponta o estudo da Visa. 

Segundo relatos das PMEs, mais da metade dos pagamentos leva mais de 24 horas para chegar ao beneficiário e os pagamentos internacionais estão entre os mais corriqueiros e problemáticos. Os atrasos nos pagamentos são apontados como o principal desafio. O levantamento destaca que pagamentos mais rápidos ajudariam mais da metade das PMEs a aumentarem sua resiliência financeira – 41% teriam melhora no fluxo de caixa e 36% poderiam pagar fornecedores de forma mais regular.

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Outra descoberta do estudo destaca que o uso de carteiras de criptomoedas está aumentando a demanda das PMEs por serviços financeiros não tradicionais. As empresas que recebem pagamentos internacionais, por exemplo, têm duas vezes mais chances de receber ativos digitais do que as que só recebem pagamentos domésticos, o que reflete a crescente importância das criptomoedas como veículo para transferências de fundos internacionais. 

Tendo em vista o crescente interesse em criptomoedas em todo o ecossistema de pagamentos da América Latina, o relatório revela que 10% das PMEs já começaram a usar carteiras de criptomoedas. As companhias argentinas lideram a adoção, seguidas pelas brasileiras e colombianas. A maioria que trabalha com criptomoedas opera no varejo, principalmente em subcategorias de venda de eletrônicos e roupas. 

Pagamento de salário 

A pesquisa também indica que mais de 30% dos pagamentos salariais nas regiões analisadas são realizados em dinheiro e que 80% das pessoas preferem receber de outra forma. Para a Visa, isso evidencia a necessidade de uma infraestrutura de pagamento mais ágil, moderna e que corresponda aos anseios dos trabalhadores. 

Empresas e funcionários estão descobrindo também novos benefícios, como o Earned Wage Access (EWA) – modelo que dá mais flexibilidade para receber pelas horas trabalhadas de outras maneiras para além dos intervalos fixos pré-acordados. A Visa vem notando um interesse crescente em EWA em todo o mundo. 

No Peru, por exemplo, a Visa, com a Niubiz e a TuSueldoYa!, é precursora de uma nova solução que possibilita que as pessoas acessem seus ganhos com trabalhos diários usando o Visa Direct. A nova solução permite que colaboradores acessem a remuneração relativa aos dias já trabalhados antes do término do ciclo de pagamento normal, ganhando mais flexibilidade e equilíbrio financeiro. Os profissionais precisam baixar o app TuSueldoYa!, fazer um registro rápido e transferir a remuneração para a conta bancária.

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