A 3ª Vara Federal de Campo Grande (MS) condenou o traficante internacional E. L. R. S., conhecido como Galã, a oito anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro. A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) se baseou em provas obtidas após perícia realizada nos aparelhos celulares apreendidos quando o réu foi preso, em fevereiro de 2018, em Ipanema (RJ), e também pela posterior quebra de sigilo bancário.
Crime de lavagem de dinheiro
Assim, a partir das imagens e mensagens trocadas por meio dos aparelhos apreendidos com Galã, foi possível verificar a ocorrência de transações bancárias, mediadas por doleiro, que comprovam a prática dos crimes de lavagem de dinheiro proveniente de inúmeros crimes, especialmente o tráfico internacional de drogas.
Em apenas um dia, 27 de fevereiro, foram realizados 16 depósitos em favor de cinco pessoas jurídicas diferentes, “laranjas”, totalizando R$ 197 mil. Dessa forma, assim que recebia os depósitos, Galã os repassava ao doleiro que providenciava a conversão dos valores.
Organização criminosa
Além disso, a Justiça Federal levou em consideração que Galã se dedica a ações criminosas organizadas pelo menos desde 2005 e que já foi condenado, em agosto de 2019, a 19 anos de prisão pelo crime de organização criminosa.
No entanto, apesar do pedido do MPF para que na dosimetria da pena fossem levadas em consideração a elevada culpabilidade, a personalidade negativa, os maus antecedentes, as circunstâncias gravosas e as consequências do crime, a 3ª Vara fixou a pena em apenas oito anos. Contudo, o órgão ministerial já apresentou recurso requerendo a revisão da pena.
Ficha criminal
Assim, além das condenações por organização criminosa, em 2019, e lavagem de dinheiro, em 2020, Galã possui mais uma ação penal contra si na Justiça Federal em Mato Grosso do Sul, também por participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Essa denúncia, que já foi recebida pela Justiça mas ainda não possui decisão, trata especificamente da abertura de uma empresa de fachada com sede em Ponta Porã (MS), Construtora JB Progresso, através da qual outros cinco denunciados, sob o comando de Galã, adquiriam imóveis e veículos a fim de ocultar e dissimular a procedência ilícita e a real propriedade dos bens.
O condenado é considerado um dos principais nomes do Primeiro Comando da Capital (PCC) na fronteira do MS com o Paraguai e principal suspeito de ser o mandante do assassinato do traficante Jorge Toumani Rafaat, ocorrido em julho de 2016. Ele foi preso em fevereiro de 2018, entretanto, foi transferido do sistema penitenciário estadual do RJ para o sistema federal no RN após a identificação de plano de fuga orçado em R$ 2 milhões.
(Autos nº 5006049-28.2019.4.03.6000)
Fonte: MPF
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