Inflação RECUA em junho e analistas reforçam redução dos JUROS

Os brasileiros receberam uma grande notícia nesta terça-feira (11). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCAcaiu 0,08% em junho. A propósito, o indicador é a inflação oficial do Brasil.

O resultado veio levemente acima do esperado pelos analistas do mercado financeiro, cuja média das projeções apontava para uma queda de 0,10% em junho. Ainda assim, o resultado conseguiu animar o mercado financeiro, visto que essa foi a primeira queda da inflação em 2023. Aliás, a variação de junho foi a menor desde 2017, quando o IPCA caiu 0,23%.

Com o acréscimo do resultado mensal, a variação acumulada pelo IPCA nos últimos 12 meses perdeu força, passando de 3,94% para 3,16%.

O que é inflação?

O termo inflação se refere ao aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia. Assim, quando a taxa inflacionária sobe, o dinheiro passa a comprar menos bens e contratar menos serviços, pois o aumento da inflação reduz o poder de compra do consumidor.

No entanto, quando ocorre o contrário, assim como aconteceu em junho, tem-se deflação. Este termo se refere à redução nos preços de produtos e serviços no país.

Cabe salientar que alguns analistas afirmam que deflação só ocorre quando a queda dos preços fica generalizada. Quando isso não ocorre, eles entendem o resultado como uma queda da inflação, e não deflação em si.

De todo modo, o principal objetivo do IPCA é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos”, segundo o IBGE.

Com mais essa desaceleração, a taxa anual da inflação ficou pela primeira vez abaixo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2023, de 3,25%.

Analistas acreditam que juros podem cair no Brasil

A queda da inflação em junho fortaleceu a expectativa de redução dos juros já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). O próximo encontro ocorrerá nos dias 1 e 2 de agosto, ou seja, em cerca de 20 dias.

Atualmente, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, está em 13,75% ao ano. Esse é o maior nível dos juros desde novembro de 2016. Aliás, a taxa Selic está nesse patamar desde agosto de 2022, quando o Copom elevou pela 12ª vez consecutiva os juros no país, encerrando o maior ciclo de altas da taxa Selic.

Desde então, o Copom vem mantendo os juros no mesmo patamar, para irritação do governo federal. Inclusive, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já fez diversas críticas ao Banco Central e ao seu presidente, Roberto Campos Neto.

A saber, a taxa Selic é o principal instrumento do BC para segurar a alta da inflação no Brasil. A autarquia vem mantendo os juros elevados, argumentando que a inflação ainda preocupa.

Contudo, o presidente do BC já revelou que os juros poderão cair em breve no país, e a queda da inflação em junho pode fazer isso acontecer já na próxima reunião do Copom, em agosto.

Analistas acreditam que taxa de juros pode começar a cair em agosto, na próxima reunião do Copom
Analistas acreditam que juros podem começar a cair em agosto, na próxima reunião do Copom. (Imagem: Shutterstock).

Porque a inflação caiu em junho?

O IBGE revelou que quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram queda em seus preços em junho, indicando um resultado bastante equilibrado entre reduções e avanços dos preços. Contudo, as taxas negativas mais intensas foram registradas justamente pelos grupos de maior peso no IPCA.

Alimentação e bebidas e Transportes são os grupos mais pesados dentro da cesta de consumo das famílias. Juntos, eles representam cerca de 42% do IPCA. Assim, a queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho“, explicou André Almeida, analista da pesquisa.

Confira abaixo a variação registradas pelos grupos pesquisados pelo IBGE:

  • Habitação: 0,69%;
  • Despesas pessoais: 0,36%;
  • Vestuário: 0,35%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,11%;
  • Educação: 0,06%;
  • Comunicação: -0,14%;
  • Transportes: -0,41%.
  • Artigos de residência: -0,42%;
  • Alimentação e bebida: -0,66%.

O IBGE revelou que o grupo alimentação e bebidas impactou o IPCA em -0,14 ponto percentual (p.p.). Isso quer dizer que o grupo teve uma variação negativa mais intensa que a média nacional. Já o grupo transportes exerceu uma influência de -0,08 p.p. no IPCA, ajudando a derrubar ainda mais a taxa em junho.

O subitem automóvel novo foi o de maior impacto individual no mês, com -0,09 p.p. Essa redução nos preços está relacionada ao programa de descontos para compra de veículos novos, lançado em 6 de junho pelo governo federal. Isso pode ter relação também com a queda dos preços dos automóveis usados“, disse Almeida.

Por fim, vale destacar que a queda da inflação só não foi mais intensa devido ao grupo habitação, que impactou o IPCA em 0,10 p.p., eliminando boa parte da queda acumulada pelos grupos alimentação e bebidas e alimentação. A maior contribuição veio do item energia elétrica residencial, cujos preços subiram 1,34% em junho, impactando o IPCA em 0,06 p.p.

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