Inflação no Brasil deverá ficar DENTRO DA META em 2023, projetam analistas

Após dois anos de estouro, a inflação no Brasil ficar dentro da meta definida para 2023. Pelo menos foi isso o que projetaram os analistas do mercado financeiro, como mostra a mais recente atualização do boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central (BC).

De acordo com a publicação, a inflação no Brasil deverá ficar em 4,75% neste ano. A taxa é menor que a projetada na semana anterior (4,86%) e está dentro do limite estabelecido para a taxa em 2023. Aliás, é a primeira vez que os analistas estimam que a inflação cumprirá a meta definida para este ano.

A saber, o BC divulga semanalmente as projeções dos analistas em relação a indicadores econômicos do Brasil. Em resumo, estes dados refletem a situação atual do país e mostram quais deverão ser os próximos passos dados pela economia brasileira e os desafios que ela deverá enfrentar.

Por que as projeções para a inflação estão mais otimistas?

Os analistas do mercado financeiro ficam atentos a todos os dados divulgados no país. Em setembro, a inflação subiu 0,26%, acima da taxa de agosto (0,23%). No entanto, o que repercutiu também foi o dado vir abaixo das estimativas do mercado (0,33%). A propósito, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado a inflação oficial do país.

Em suma, a inflação elevada contribui para a desaceleração econômica. Como a taxa veio novamente menor que o esperado, apesar da sua aceleração, os analistas passaram a acreditar que a variação acumulada em 2023 ficará na meta estabelecida para o ano. Resta aguardar pelas próximas semanas para saber se isso se manterá.

Cabe salientar que o IBGE coleta os preços de diversos produtos e serviços e divulga as variações mensalmente, através do IPCA. Inclusive, o indicador é muito importante, pois diversas políticas públicas e a ações do Banco Central se baseiam na variação da inflação para definirem diretrizes e caminhos a seguir.

Inflação acelera em setembro, mas vem abaixo do esperado e deixa mercado mais otimista
Inflação acelera em setembro, mas vem abaixo do esperado e deixa mercado mais otimista. Imagem: Pixabay.

CMN define a meta da inflação

O Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:

  • Maior tranquilidade para investir no Brasil;
  • Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
  • Redução da concentração de renda;
  • Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.

Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação no país, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.

Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,75% e 4,75%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo que supere a meta central de 3,25%.

Como visto no relatório Focus, os analistas acreditam que o Brasil cumprirá a meta da inflação em 2023, visto que a taxa projetada para este ano está no limite máximo definido.

Caso isso se confirme, o resultado irá suceder dois anos de estouro da meta da inflação, período em que os preços de produtos e serviços subiram mais do que deveriam no país.

PIB brasileiro deve crescer 2,92%

O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Nesta semana, o mercado manteve estáveis as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, em 2,92%. Em síntese, o crescimento do PIB do Brasil deverá superar o avanço registrado no ano passado.

Da mesma forma, as projeções para 2024 se mantiveram estáveis em 1,50%. A alta estimada para o ano que vem é quase metade do estimado para 2023, e isso deverá acontecer, principalmente, por causa da forte base comparativa.

Além disso, o planeta ainda sofre com os impactos da pandemia da covid-19 e da guerra entre Rússia e Ucrânia, mesmo que em menor grau. Isso também contribuirá para um crescimento menos expressivo do PIB brasileiro no ano que vem.

Taxa de juros no Brasil

Por fim, os analistas mantiveram estáveis as estimativas para a taxa Selic pela décima semana consecutiva, em 11,75% neste ano. Nos últimos dois meses, o BC promoveu um corte de 1,0 ponto percentual da Selic, que agora está em 12,75% ao ano.

Como haverá mais dois encontros do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC neste ano, momento em que há definição da política monetária do país, os analistas acreditam que cada reunião promoverá uma redução de 0,50 ponto percentual dos juros.

Para 2024, a taxa de juros deverá encerrar o ano em 9,00%, patamar ainda elevado e que continuará afetando a renda dos brasileiros, reduzindo o poder do consumidor. Além disso, mostra que o BC deverá pisar no freio, parando de cortar os juros em todas as suas reuniões.

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