Ibovespa SOBE de novo, com destaque para empresas do varejo

O Ibovespa subiu novamente no pregão desta quinta-feira (23). O dia ficou marcado pelo avanço das empresas varejistas e pelo feriado nos Estados Unidos, que esvaziou a agenda econômica e reduziu o giro financeiro do indicador.

No pregão de hoje (23), o Ibovespa subiu 0,43%, a 126.576 pontos. Com isso, renovou a máxima desde julho de 2021, atingindo o maior patamar desde o dia 15 daquele mês, ou seja, em dois anos e quatro meses.

Em novembro, o Ibovespa acumula ganhos impressionantes de 11,87%. Neste mês, houve apenas quatro sessões no vermelho, mas as quedas foram tão tímidas que não afetaram os ganhos acumulados.

Por outro lado, o índice avançou em 11 sessões, com altas bastante expressivas. Por isso que o saldo mensal está próximo de 12%, algo que não foi visto em qualquer mês deste ano.

Já em 2023, o indicador reserva ganhos de 15,35%. A propósito, o Ibovespa é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira.

Ibovespa sobe na maioria dos pregões de novembro e acumula alta de quase 12% no mês
Ibovespa sobe na maioria dos pregões de novembro e acumula alta de quase 12% no mês. Imagem: Pixabay.

Feriado nos Estados Unidos esvazia agenda

Nesta quinta-feira (23), os norte-americanos comemoraram o feriado de Dia de Ação de Graças, que acontece um dia antes da Black Friday no mundo inteiro.

Em resumo, o feriado é marcado pelo agradecimento a Deus e pela reunião das famílias para recordar as coisas boas concedidas por Deus ao longo do ano. Com a ausência de notícias vindas dos Estados Unidos, houve uma redução significativa de liquidez no pregão.

Por falar em Black Friday, a data fica marcada por promoções e descontos em vários segmentos, e isso impulsionou as varejistas na Bolsa Brasileira. Na sessão de hoje, empresas do varejo registraram os maiores avanços percentuais, contribuindo para a alta do Ibovespa.

Governo aumenta projeção de rombo das contas públicas

Na tarde da quarta-feira (22), os ministérios da Fazenda e do Planejamento informaram que a projeção de rombo das contas públicas em 2023 ficou mais elevada. A notícia repercutiu no final do pregão de ontem e continuou no foco dos investidores nesta quinta-feira (23).

Em síntese, as pastas agora acreditam que o déficit primário ficará em R$ 177,4 bilhões neste ano. O último prognóstico indicava um rombo bem menor, de R$ 141,4 bilhões, ou seja, a situação fiscal do Brasil se deteriorou nos últimos meses deste ano.

Vale destacar que a nova previsão se distancia ainda mais da “meta informal” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A saber, ele disse em janeiro que as contas públicas teriam déficit de R$ 100 bilhões em 2023, mas as estimativas superam essa marca há muito tempo, e o rombo ficou ainda maior, conforme as projeções do governo.

Na semana passada, o governo federal revelou que desistiu de alterar a meta fiscal para 2024, mantendo o objetivo de zerar o déficit das contas públicas. A decisão dará maior tempo para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentar conseguir a tramitação no Congresso Nacional de algumas medidas que aumentem a arrecadação federal.

Além disso, a meta fiscal de 2024 prevê que o governo federal gaste apenas o que arrecadar e o que possuir em caixa. Em outras palavras, o Executivo não deverá aumentar a dívida pública com gastos e investimentos, uma vez que irá gastar apenas o que tiver.

55 das 86 ações do Ibovespa sobem na sessão

Na sessão de hoje (23), 55 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em alta, impulsionando o indicador. Aliás, o avanço poderia ter sido ainda maior, mas isso não aconteceu porque a principal empresa listada no Ibovespa, a mineradora Vale, que responde por cerca de 15% da carteira, caiu 0,63% no dia.

Por outro lado, os papeis da Petrobras, que concentram cerca de 12% do Ibovespa, subiram no dia e ajudaram a impulsionar os ganhos do indicador. Em síntese, os papeis preferenciais (PN) subiram 0,3%, enquanto os ordinários (ON) fecharam o dia em alta de 0,45%.

A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 11 bilhões na sessão, 45% abaixo da média dos últimos 12 meses (R$ 18,4 bilhões), devido ao feriado nos Estados Unidos. Em novembro, o indicador está com uma média diária de R$ 19,6 bilhões, segundo maior montante de 2023, atrás apenas da média diária de junho (21,1 bilhões).

Veja as maiores altas e quedas desta quinta-feira (23)

Na sessão de hoje (23), as ações que tiveram os maiores avanços percentuais foram:

  1. CVC Brasil  ON: 6,56%;
  2. Assaí ON: 4,86%;
  3. Magazine Luiza ON: 4,33%;
  4. JBS ON: 3,16%;
  5. Carrefour BR ON: 3,15%.

Em contrapartida, os papeis que registraram as quedas mais intensas no dia foram:

  1. CSN Mineração ON: -6,68%;
  2. Cemig PN: -3,17%;
  3. Alpargatas PN: -2,87%;
  4. Gol PN: -1,80%;
  5. SLC Agrícola ON: -1,72%.

Por fim, vale destacar que os papeis ordinários (ON) dão direito a votos em assembleias, algo que não acontece com os preferenciais (PN). Estes têm preferência por dividendos.

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