Graciliano Ramos viveu entre 1892 e 1953 e foi um importante escritor da segunda fase do movimento modernista brasileiro, que esteve em vigor entre os anos de 1930 e 1945.
As obras de Graciliano Ramos são cobradas com frequência por questões de literatura dentro das principais provas do país, como os vestibulares e a prova do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Além disso, precisamos ressaltar também que alguns de seus livros fazem parte da listas de leituras obrigatórias dos vestibulares.
Dessa forma, para que você garanta um bom desempenho nas suas provas, o artigo de hoje trouxe um resumo com tudo aquilo que você precisa saber sobre as principais obras de Graciliano Ramos. Confira!
Vidas Secas (1938)
Vidas Secas é o romance de Graciliano Ramos mais abordado por questões de vestibulares brasileiros. A obra foi publicada em 1938 e retrata o cotidiano de uma família de retirantes que vive no sertão nordestino.
No romance, uma família de retirantes busca uma vida melhor. A família é formada por Fabiano, sua esposa Sinhá Vitória, os dois filhos, a cadelinha Baleia e um papagaio. Os filhos não possuem nome e são chamados de Menino mais Novo e Menino mais Velho.
Todo o romance é narrado em terceira pessoa e o livro possui poucos discursos diretos. O narrador, por sua vez, é onisciente e narra os pensamentos dos personagens da obra.
É válido destacar que um dos grandes destaques do romance é o personagem Fabiano, que constantemente se compara com um animal, já que é incapaz de se comunicar.
Angústia (1936)
Angústia é um romance psicológico publicado em 1936 que possui Luís da Silva com o seu protagonista.
Luís, um funcionário público nordestino, sofre constantes explorações no emprego e também por parte do dono da casa em que ele mora. A situação angustiante de seu cotidiano influencia o modo de comportamento do personagem, que é um homem sozinho e angustiado.
Um dia, Luís se apaixona por Marina, sua vizinha. Os dois decidem casar, mas Marina o abandona por seria Julião Tavares, um homem rico. Todavia, Luís não vai consegue lidar com o abandono e toma uma decisão desesperada: assassinar Julião.
Podemos dizer que uma das características mais peculiares de Angústia é que a narrativa criada por Graciliano Ramos não segue um tempo cronológico, mas sim psicológico. Assim, o romance começa com as lembranças de Luís sobre os fatos que serão expostos para o leitor no final do romance, criando um efeito de circularidade.
São Bernardo (1934)
São Bernardo, publicado em 1934, é um dos romances de Graciliano Ramos mais apreciados pela crítica literária.
O romance é divido em 36 capítulos e narra a história de Paulo Honório, um homem que consegue sair de uma condição simples, se tornando um latifundiário. Ao mesmo tempo, conforme enriquece, o homem se torna cada vez mais solitário e agressivo.
A psicologia do protagonista é profundamente analisada ao longo dos capítulos. Paulo Honório possui consciência de seu comportamento violento e rude, relacionado com a sua atividade profissional. Dessa forma, o leitor pode observar o comportamento agressivo do personagem desde os primórdios da narrativa até o fim do livro.
Uma das principais características da obra é a comparação do protagonista com a sua propriedade: os dois se tornam um, o que pode explicar o nome do romance: apesar de contar a história de Paulo, Graciliano decide nomear a obra a partir do nome da propriedade (São Bernardo). Com isso, o autor destaca que busca por lucros e pela expansão de sua fazendo é o principal objetivo de Paulo, o que acaba prejudicando a sua relação com demais indivíduos, incluindo a sua esposa.
Graciliano Ramos realiza uma crítica ao comportamento de Paulo, que vive em busca da expansão de seus lucros e deixa as relações interpessoais em segundo plano.