Falta de diagnóstico afeta 90% das pessoas autistas no Brasil

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Banco de Imagens: Unsplash

Apesar de a estimativa de portadores de transtorno do espectro autista (TEA) ser de quase 2 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com um estudo do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), especialistas alertam que dentre esses casos, 90% não são diagnosticados.

Essa falta de diagnóstico acontece pela falta de informação, tanto da sociedade, como também, de alguns médicos, que acabam confundindo as alterações comportamentais das crianças com as diferenças de padrão de desenvolvimento, segundo especialistas do Programa de Transtornos do Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do HC de São Paulo.

Além disso, devido à variedade dos sintomas e graus do autismo, que pode configurar de forma diferente, de acordo com o paciente, o diagnóstico acaba sendo ainda mais difícil, tornando o início dos tratamentos da condição, um tanto quanto tardio.

Visto que nos Estados Unidos da América (EUA), as crianças autistas são diagnósticas antes dos três anos de idade, aqui no Brasil, a identificação acaba ocorrendo por volta dos cinco anos.

Principais sintomas do autismo em crianças menores de três anos

 

A identificação dos sintomas, tanto pelos pais como especialistas acaba sendo mais difícil antes dos três anos, visto que cada criança se desenvolve de um jeito diferente e no seu tempo.

Apesar disso, os médicos alertam para os seguintes sinais de alteração comportamental:

  • Atraso na aquisição da linguagem: crianças de até um ano e meio devem construir frases simples e pequenas.
  • Falta de contato visual: O bebê não consegue olhar nos olhos das pessoas, inclusive, no da mãe, durante a amamentação.
  • Apresentar movimentos pendulares característicos: A criança balança as mãos ou o tronco para frente e para trás de forma frequente.

Conforme o passar dos anos, os sinais vão ficando cada vez mais evidentes, visto aos variados episódios de impulsividade, irritabilidade, intolerância à frustração e até a autoagressão.

Além disso, uma das características mais associadas ao autismo é o isolamento. Crianças autistas geralmente não conseguem interagir com outras pessoas e apresentam seletividade, tanto para a interação, como também para outros tipos de ações, como a alimentação, por exemplo.

Outro sinal do autismo, que acaba confundindo os pais é a hiper-habilidade, ou seja, a capacidade de efetuar algumas habilidades precocemente, como ler, fazer cálculos e decorar uma grande quantidade de dados específicos. Esse sintoma acaba sendo superapreciado pelos pais, que acabam achando que o filho é um gênio, preterindo um possível indicativo de autismo.

Tratamento do autismo

O diagnóstico precoce garante uma abordagem mais eficiente no tratamento do autismo, que mesmo sem cura pode tornar a qualidade de vida desses portadores bem melhor.

As terapias indicadas ao transtorno do espectro autista (TEA) variam, assim como a manifestação da condição na criança. Diante disto, não basta seguir orientações embasadas em pesquisas em internet, é imprescindível buscar uma indicação médica, de acordo com o diagnóstico.

As mais comuns são:

  • Análise do comportamento aplicada
  • Sistema de comunicação por figuras
  • Sessões com fonoaudiólogo
  • Terapia ocupacional
  • Fisioterapeuta

O uso de medicamentos geralmente pode ser indicado em decorrência de outros sintomas na criança autista, como falta de concentração, insônia e hiperatividade.

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