Empresas interoperáveis tem receita seis vezes maior, aponta estudo

Empresas que usam tecnologias que “conversam entre si” são mais ágeis e performam melhor em cenários de crise

Um novo estudo da Accenture, empresa de serviços de TI, mostra que empresas com aplicações corporativas que “conversam entre si” ganham maior agilidade, podendo prosperar em meio à incerteza e alcançando um desempenho financeiro mais sólido. Em 2021, as empresas com alta interoperabilidade, como é chamada essa capacidade de troca de informações entre aplicativos, aumentaram a receita seis vezes mais rápido do que seus pares com baixa interoperabilidade.

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Além disso, elas, que representam 34% do total de empresas pesquisadas, têm o potencial de saltar outros cinco pontos percentuais no crescimento anual de suas receitas. O relatório tem como base uma pesquisa realizada pela Accenture com mais de 4 mil executivos C-suite de 19 setores em 23 países. 

De acordo com o levantamento, nos últimos dois anos, 49% das empresas adotaram novas tecnologias e transformaram seus negócios com rapidez inédita. Desse total, 40% transformaram várias partes de seus negócios simultaneamente. 

Graças à alta interoperabilidade, essas empresas têm a agilidade de que precisam para passar por uma transformação mais concentrada. Ao usar aplicações que interagem facilmente entre si, permitindo o compartilhamento de dados, maior transparência e conexões humanas de qualidade, as organizações podem agir mais rápido na hora de aproveitar novas oportunidades. 

Benefícios da interoperabilidade  

Empresas de alta interoperabilidade não se beneficiam apenas de um desempenho financeiro melhor. Elas são 12 pontos percentuais melhores na hora de aprimorar suas cadeias de suprimentos e operações; 16 pontos percentuais melhores em reinventar a experiência do cliente; 12 pontos percentuais mais bem-sucedidas em melhorar a produtividade dos funcionários; 4 pontos percentuais mais bem-sucedidas na adoção de práticas comerciais sustentáveis e 11 pontos percentuais mais propensas a sustentar transformações concentradas.?? 

Empresas líderes com alto índice de interoperabilidade têm crescimento lucrativo ao alocar 2% a 4% a mais de seus orçamentos funcionais e de TI em aplicações. Elas ainda conseguem administrar o mesmo número, se não maior, de aplicações diversas em seus sistemas de TI. Atualmente, a maioria das empresas tem mais de 500 aplicações, com 82% afirmando que continuarão a expandir o alcance dessas aplicações, o que aumenta a importância de uma integração entre elas. 

Ao mesmo tempo, 66% afirmam que o número de aplicações e suas complexidades técnicas são uma barreira para alcançar a interoperabilidade. As empresas de sucesso têm a alta interoperabilidade no centro de suas estratégias gerais de negócios e tecnologia. 

Como ser uma empresa com alta interoperabilidade 

O estudo recomenda três ações para as empresas que desejam aumentar sua interoperabilidade: 

Invista na nuvem – Onipresente, a nuvem é essencial para a interoperabilidade. O levantamento constatou que cerca de 72% das empresas com interoperabilidade alta/média adotaram a nuvem pública e já migraram 30% de seus dados e cargas de trabalho. Apenas 60% das empresas que têm uma interoperabilidade baixa ou nula adotaram a nuvem pública, uma diferença de 12%. 

Use tecnologia “composable” – O uso de soluções que possam ser configuradas e reconfiguradas com agilidade são chamadas de tecnologia composable. São elas que levam a flexibilidade para o centro das organizações e permitem que elas lidem com os efeitos da disrupção por meio de uma transformação melhor, mais rápida e barata.?Para tal, é preciso migrar de uma arquitetura de tecnologia de partes estáticas e autônomas para uma de peças que possam ser encaixadas de acordo com a necessidade de cada negócio. 

Foque na colaboração com significado – Aplicações interoperáveis são apenas uma parte da equação. A interoperabilidade possibilita uma colaboração mais significativa, permitindo que funções e pessoas trabalhem juntas de forma contínua e integrada rumo a um objetivo comum. Mas a cultura colaborativa precisa vir de cima: 27% dos executivos consideram a falta de colaboração entre as funções de negócios um dos principais desafios causados por uma interoperabilidade baixa ou nula. 

Metodologia do estudo 

Durante a primeira metade de 2022, a Accenture Research entrevistou 4.053 executivos C-level de 19 setores em 23 países. Foram coletados dados sobre a pegada do ecossistema de tecnologia, cenário de negócios e desempenho financeiro e operacional. Esses dados foram complementados com 25 entrevistas aprofundadas e 40 estudos de caso, bem como pesquisas secundárias, entrevistas e análises de estudos de caso.o

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