Escolas particulares debatem modelos viáveis para retorno às aulas

O ano letivo de 2021 teve início em meio aos grandes desafios apresentados pela ainda presente pandemia de Covid-19. Em Estados como Amazonas e São Paulo, a detecção de uma nova cepa do coronavírus obriga educadores, alunos, assim como pais e responsáveis a repensar o retorno às aulas, tendo como norteadora a segurança da comunidade escolar.

Para debater caminhos possíveis e compartilhar experiências, a Geekie realizou um encontro virtual com mantenedores, gestores e coordenadores de escolas particulares parceiras. A proposta foi entender como essas instituições de ensino lidaram com as demandas em 2020 e como estão se preparando para mais um período de aulas remotas. Entre os participantes, profissionais do Colégio Connexus, Colégio Belo Futuro e Casa Escola, respectivamente, das cidades de Manaus, São Paulo e Natal.

Segundo Claudio Sassaki, mestre em Educação pela Universidade de Stanford e cofundador da Geekie, no início da pandemia, o país tinha um cenário no qual o fechamento das escolas era uma demanda clara diante do apelo do momento. Hoje, o contexto mudou, sobretudo, porque uma coisa é fechar as escolas por poucos meses, outra é fechar por um ano.

“Neste momento, os especialistas em educação estão sendo muito claros sobre os prejuízos de desenvolvimento. Como Geekie, enxergamos essa decisão do retorno como bastante complexa, porque demanda equalizar dois elementos nesta balança: a questão da saúde e da educação”, diz o especialista.

“Há, ainda, que se considerar que há muitos Brasis dentro do Brasil, ou seja, as realidades da pandemia são distintas em cada região, tornando insensata uma única vertente de ação diante de situações desiguais. É relevante restabelecer a qualidade de ensino, que passa pelo apoio presencial – porque estamos falando de interação, trocas, desenvolvimento psicomotor – que só pode ser garantido, quando tivermos as escolas abertas”, analisa Sassaki, acrescentando que a realização desse encontro com escolas parceiras teve o objetivo de fomentar e qualificar o debate a partir da troca de experiências.

Aulas em Manaus

Em Manaus, Colégio Connexus vivenciou três modelos de escola em 2020. “Tivemos, em 2020, três formatos de escola: o presencial, no início do ano; o totalmente remoto, por cerca de quatro meses; e o híbrido (presencial e remoto), de julho até o final do ano”, detalha Carlos Fabiano Afonso de Souza, diretor pedagógico da escola.

Na capital amazonense, os casos do coronavírus tiveram uma curva de crescimento rápido no primeiro semestre de 2020, mas logo a situação se estabilizou e possibilitou o retorno a um modelo híbrido, permitindo aulas presenciais e remotas.

De acordo com a equipe pedagógica da escola, o regime híbrido foi estabelecido com três dias semanais de aulas presenciais do segundo ao oitavo anos do Ensino Fundamental; e quatro dias semanais para o nono ano do Ensino Fundamental e as três séries do Ensino Médio. Essa organização intercalou, ainda, os anos e as séries ao longo do período remoto.

“Decidimos fazer uma primeira semana, trazendo segmento por segmento primeiro; depois, na semana seguinte, começamos a oferecer o modelo híbrido. Retornamos com cerca de 85% do nosso público, o que foi uma surpresa muito grande, mas precisamos intercalar os segmentos para garantir a segurança de todos, porque temos um número grande de alunos”, explica a coordenadora pedagógica do Colégio Connexus, Nívia Maria Crus Carvalho.

Ela acrescenta que houve uma divisão de turmas de cada série no modelo de aulas com transmissão simultânea – tanto no presencial como no remoto –, além da gravação das aulas presenciais para que discentes pudessem assistir ao conteúdo de maneira assíncrona.

O diretor do colégio, acrescentou que todos os alunos assistiam às aulas presenciais, dividindo as turmas pela metade. “Portanto, as aulas presenciais eram repetidas para as duas metades das turmas a cada dia. Nem todas as turmas precisaram se dividir em duas, mas a maioria, sim”, revela.

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