Economistas preveem 2021 como ano perdido

A recessão iniciada em 2020, após a pandemia do novo coronavírus ser decretada, ainda não deu sinal de estar no fim. Em junho de 2020, o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), que tem ligação com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e formado por oito economistas de diferentes instituições, afirmou que o país entrou em recessão no primeiro trimestre do ano passado, após três anos, de 2017 a 2019, de fraco crescimento.

Para Paulo Picchetti, economista do FGV Ibre, o comitê não faz uso da “regra de bolso simples” de dois trimestres com queda para caracterizar o início da recessão. O economista também não considera que dois trimestres consecutivos de crescimento significam o fim da recessão.

“Para caracterizar uma retomada não basta alguns poucos setores no curto prazo mostrarem crescimento. É como se a gente tivesse descido três degraus e subido dois. Subiu, mas não foi de forma suficientemente forte para considerar que você saiu de processo recessivo”, disse o economista. “É difícil falar de saída da recessão quando o desemprego está nos maiores níveis da série histórica. Infelizmente os dados de curto prazo e projeções não são de uma recuperação forte do mercado de trabalho nem no momento nem no futuro. Quando você tem uma retomada do nível de emprego, você tem uma certeza muito maior de que realmente entrou em um período de expansão”.

O economista também falou que há a previsão de que haja uma nova queda do PIB no primeiro trimestre de 2021, podendo ir até o segundo trimestre do ano. Se isso se concretizar, os dados serão analisados para verificar se o Brasil juntou dois períodos de recessão, configurando, assim, uma grande recessão.

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