Deflação de 0,68% em julho é a menor da série histórica

Variação de preços para o mês é a menor desde 1980

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, apontou uma deflação de 0,68%. A princípio, é a menor taxa registrada desde 1980 e a primeira redução de preços em dois anos. Essa baixa inflacionária tem como causa principal a redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis e energia elétrica.

Ademais, outro fator preponderante para esta queda foi a aprovação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de uma revisão das tarifas extraordinárias de cerca de dez distribuidoras espalhadas por todas as regiões do país, o que ocasionou uma redução no valor das tarifas de energia.

O governo federal também procurou minimizar a inflação dos últimos anos através da elevação dos juros básicos. A taxa Selic atualmente está em 13,75% ao ano, a maior desde 2016. Aliás, mesmo com as informações de que a inflação de julho seria menor, o Banco Central foi moderado e aumentou os juros em 0,5% na última semana.

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O preço da gasolina teve uma redução de 15,48% em julho. O etanol ficou em 11,38¨. Já os alimentos tiveram uma alta de preço, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 6 em cada 10 produtos pesquisados ficaram mais caros no mês. A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 10,07%, neste ano está na casa dos 4,77%.

Queda do índice dos preços  

Vários fatores influenciaram na deflação apresentada no mês de julho. A Petrobras, por exemplo, anunciou no fim do mês uma redução de R$0,20 no valor da gasolina comercializada nas distribuidoras. Houve também a criação de uma Lei Complementar 194/22 que foi sancionada, reduzindo o ICMS dos combustíveis, da energia elétrica e das comunicações.

Dessa forma, houve a redução dos preços dos transportes, que foi de -4,51%, da habitação, de -1,06% e da energia elétrica, de -5,78%. A redução do preço da gasolina foi a que apresentou maior impacto na composição do índice de preços. O gás veicular também recuou bastante, cerca de -5,67%.

Um dos produtos que também tiveram uma redução expressiva foram os itens de vestuário. Para o setor, a inflação desacelerou de 1,67% para 0,58%. O algodão, matéria prima da indústria têxtil, puxou a queda. Dessa maneira, as roupas femininas passaram de 2% em junho, para 0,41% em julho. Já o vestuário masculino foi de 2,19% para 0,65%. Os calçados também tiveram uma redução, de 1,05% para 1,21%.

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em síntese, o setor de saúde e cuidados pessoais teve um aumento de apenas 0,49%, causado pela pequena valorização dos planos de saúde, de 1,13%, se comparado a junho, que foi de 2,99%. Os itens de higiene pessoal caíram de 0,55% em junho, para 0,23% em julho deste ano.

Aumento inflacionário

O setor de bebidas e de alimentos tiveram um grande aumento em julho. Houve uma variação de 1,30% no mês passado. Todavia, um dos grandes vilões do aumento inflacionário foi o leite longa vida, que subiu cerca de 5,28% e a manteiga que teve uma variação de 5,75%. Isso se deve ao fato de estarmos em um período de entressafra, onde, há uma menor oferta de leite no mercado.

Já o preço das frutas teve um aumento de 4.40%, enquanto que o tomate teve uma deflação de cerca de -23,68%, a batata inglesa de -16,62% e a cenoura, -15,34%, configurando um alívio para a inflação.

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Em conclusão, outros produtos e serviços que tiveram uma alta em julho foram as passagens aéreas, com uma variação de 8,2%, taxa de água e esgoto de 0,96%, empregado doméstico com 1,25% e cigarro, com 4,37%.

A meta para a inflação de 2022 é de 3,5%  e deve ser cumprida no caso de atingir dois pontos percentuais acima ou abaixo. No entanto, o Banco Central já sinalizou que ela deverá ser desacatada este ano. Será o segundo ano consecutivo que a inflação fica mais alta do que a meta estabelecida pelo governo. Julho trouxe um alívio para o bolso dos brasileiros, mas no acumulado do ano, os preços vêm subindo recorrentemente.  

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