O mês de agosto trouxe uma notícia preocupante para o setor de shoppings no Brasil, com o fechamento de 127 lojas em diversas redes. Entre as empresas afetadas, destacam-se a Polishop, Ponto, e Imaginarium, que lideraram essa tendência preocupante.
Crise no varejo? Fechamentos de GRANDES LOJAS nos shoppings do país estão chamando atenção em 2023
Uma pesquisa realizada por analistas do Bank of America (Bofa) abrangeu 146 shoppings, que representam cerca de 28 mil lojas ao todo. Vamos analisar em detalhes o impacto dessa situação no varejo brasileiro, considerando as mudanças que ocorrem na economia nacional desde a pandemia.
Fechamentos no setor de varejo
A equipe de analistas do Bank of America observou que agosto foi um mês marcado pelo fechamento de lojas em algumas das principais redes de shopping centers do país. Em suma, esse movimento surpreendeu, especialmente após as inaugurações de 82 lojas em julho, indicando uma mudança preocupante no cenário.
Dentre as varejistas que lideraram os fechamentos, a maioria faz parte de empresas que enfrentam desafios na reorganização financeira devido a altos níveis de endividamento.
Mudanças no setor varejista
Com esses números, o terceiro trimestre do ano registrou o fechamento de um total de 45 lojas até o momento. Ainda não temos dados disponíveis para setembro, o que torna a situação ainda mais incerta.
Contudo, é importante ressaltar que os números da pesquisa do Bofa representam o saldo líquido de aberturas e fechamentos de lojas no período analisado e abrangeram 146 shoppings, onde cerca de 28 mil lojas operam.
Polishop e seus desafios
A Polishop foi a empresa mais afetada em agosto, com o fechamento de nove lojas. A empresa passa por um processo de reestruturação de negócios após enfrentar dificuldades de vendas decorrentes da pandemia.
Além disso, atrasos no pagamento de aluguéis e processos de despejo complicaram ainda mais sua situação. Até agosto, a Polishop já havia fechado 22 unidades em shoppings, de acordo com o relatório do Bofa.
Americanas e Casas Bahia na lista de fechamentos
Em segundo lugar na lista de fechamentos, ficaram as marcas Triton, Puket, Ponto e Imaginarium, com o encerramento de cinco lojas cada. Desse modo, isso sinaliza as dificuldades enfrentadas pelas varejistas nos setores de roupas e eletroeletrônicos.
A Puket e a Ponto, que não haviam fechado unidades ao longo deste ano até agosto, fazem parte da Uni.co, pertencente à Lojas Americanas, que está em recuperação judicial. Em resumo, a empresa está buscando vender ativos para reequilibrar suas finanças após uma fraude que inflou seus resultados em cerca de R$ 25 bilhões.
O Ponto, ex-Ponto Frio e parte do Grupo Casas Bahia, também enfrenta desafios de reorganização e anunciou o fechamento de 50 a 100 lojas como parte de sua estratégia para melhorar seus indicadores financeiros e liberar R$ 1 bilhão em estoques.
Outras empresas e seus desafios
Outras empresas também enfrentaram dificuldades no ano até agosto. Em suma, a Ri Happy e a Marisa fecharam oito lojas cada, enquanto a Tok&Stok encerrou 11 unidades. Todas essas varejistas passaram por períodos de reestruturação e renegociação de passivos.
A Marisa, por exemplo, fechou mais de 80 lojas até julho e anunciou o término do processo de reestruturação. Já a Ri Happy conseguiu renegociar suas dívidas recentemente, enquanto a Tok&Stok recebeu um aporte do fundo Carlyle e refinanciou suas dívidas.
Inaugurações no setor
Por outro lado, apesar dos fechamentos, algumas empresas continuam expandindo seus negócios. Em agosto, Criatiff (moda) e Milky Moo (fast food) lideraram as inaugurações, com quatro aberturas cada.
No acumulado do ano, algumas empresas tiveram destaque positivo, como a Milky Moo, com 23 aberturas, a Fini (doces) com 15, a Bagaggio (bolsas e mochilas) com 14, a Life By Vivara (joias) com 12, e a Natura (cosméticos) com 10 inaugurações.