Covid-19: Amazonas decreta estado de calamidade pública por 6 meses

Decretos dos governos do estado e da capital amazonense dão condições especiais de contratação de funcionários, produtos e serviços para conter o avanço do novo coronavírus nos próximos 6 meses. As medidas acompanham a alta de casos de Covid-19 na região, que viu o sistema de saúde e funerário colapsarem em abril de 2020.

O estado de calamidade havia sido decretado no ano passado, mas venceu dia 31 de dezembro e precisou ser renovado agora em janeiro. A segunda onda de casos e internações por Covid-19 lotou hospitais e clínicas de saúde. A falta de vagas nos pronto-socorros obrigou as UPAs e unidades particulares da periferia de Manaus a fecharem as portas nesta quarta (06) devido à falta de vagas.

Números da Covid-19 no Amazonas

Nesta quarta (07), além de registrar 86 mortes por Covid-19, o estado voltou a bater o recorde diário com 221 hospitalizações. Também foram registrados 2.192 novos casos no estado do Amazonas, totalizando 207.092 desde o começo da pandemia, e mais de 25 mil pessoas com diagnóstico de Covid-19 estão sendo monitoradas, o que representa cerca de 12% dos casos confirmados ativos.

Do total de casos do Amazonas, 85.728 casos são de Manaus e 121.364 são do interior do estado. Já o número de mortes confirmadas em decorrência do coronavírus é de 3.552 em Manaus e 1.948 nos outros 61 municípios do estado, totalizando 5.500 óbitos.

Os enterros também dispararam. Se antes da pandemia a média diária era de 33 por dia, na terça (05) foram registrados 91 sepultamentos e na quarta (06) mais 110, dos quais 19 são de pessoas que morreram em casa por conta da lotação dos hospitais. Como a taxa de ocupação de leitos de UTI passa dos 90%, muitos pacientes ficam sem atendimento.

Os dados são do boletim epidemiológico da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) publicado nesta quarta (07).

Gastos suspeitos durante estado de calamidade

Em meio ao caos no sistema de saúde do Amazonas, o governador do estado, Wilson Lima, o vice e outros secretários são investigados pela compra de respiradores superfaturados e inúteis no combate à Covid-19.
No mês de dezembro, o estado de calamidade pública foi usado para contratar a montagem de uma árvore de Natal no centro de Manaus por R$1,5 milhões sem licitação.

Tal medida gerou revolta nos deputados da oposição, que apontaram que a contratação da árvore ia contra o decreto do governo que suspendia gastos com esporte e lazer durante o estado de calamidade. A justificativa do governador Wilson Lima foi de que a montagem de árvore era uma forma de ajudar os artistas amazonenses.

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