Consumo de energia elétrica deve disparar em setembro no Brasil, estima ONS

O consumo de energia elétrica deve crescer significativamente no Brasil neste mês de setembro. De acordo com estimativas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os brasileiros deverão consumir 5,8% mais energia do que em agosto.

Em resumo, o que está provocando esse aumento do consumo de energia elétrica é a onda de calor que vem atingindo o país nos últimos dias devido ao fenômeno El Niño, que está aumentando as temperaturas em vários estados do país. O ONS divulgou as estimativas nesta sexta-feira (22).

A saber, essa é a maior elevação nas projeções mensais dos últimos anos, refletindo o aumento significativo do consumo de energia elétrica no país neste mês de setembro. Aliás, a alta de 5,8% corresponde a um crescimento de 75,2 mil megawatts médios (MWmed) do volume de energia demanda pela população do país.

“A previsão de crescimento da carga para setembro é a maior dos últimos meses, reflexo do calor mais intenso e também de uma economia mais aquecida”, afirmou o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi.

País está preparado para aumento do consumo de energia

Segundo Ciocchi, os brasileiros não precisam se preocupar com a oferta de energia elétrica em setembro. Embora as estimativas indiquem um forte crescimento do consumo, o Sistema Interligado Nacional (SIN) está preparado para suprir essa demanda, segundo Ciocchi, “O sistema é robusto, seguro e o cenário é favorável”, disse.

Isso só é possível graças ao nível elevado dos reservatórios das hidrelétricas, que segue acima de 70% na maioria dos submercados do sistema elétrico, classificados pelo ONS. Veja o nível de cada um deles:

  • Sul: 85,2%;
  • Norte: 73,7%;
  • Sudeste e Centro-Oeste: 72,6%;
  • Nordeste: 67,2%.

Em síntese, o ONS afirma que o cenário atual do país é favorável para a geração de energia hidrelétrica, pois o nível dos reservatórios está elevado no final do período seco.

Brasil está preparado para suprir o aumento do consumo de energia elétrica em setembro
Brasil está preparado para suprir o aumento do consumo de energia elétrica em setembro. Imagem: Pixabay.

Horário de verão

A área técnica do Ministério de Minas e Energia informou que, neste ano, não será necessária a adoção do horário de verão. Essa regra foi implementada de forma constante em 1985, visando a economia de energia elétrica através do adiantamento dos relógios em uma hora em alguns estados do país.

Em resumo, o horário de verão tinha como objetivo fazer com que a população aproveitasse de uma maneira mais objetiva a luz natural. Contudo, em 2019, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro optou por suspender o horário de verão no país, e isso também se manterá neste ano.

Na verdade, os brasileiros vêm mudando os seus hábitos de consumo de energia elétrica. Com isso, o horário de verão não vem se mostrando mais tão eficaz quanto anteriormente, e o governo tem optado por manter a regra suspensa nos últimos anos.

Impactos do fenômeno El Niño

O aumento da demanda por energia elétrica está sendo provocado pelos impactos do fenômeno El Niño e das mudanças climáticas, causadas pelos gases do efeito estufa. Inclusive, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ampliou o alerta de “grande perigo” em relação às temperaturas acima da média.

Em suma, o instituto estendeu até a próxima terça-feira (26) o alerta no país para 11 estados e o Distrito Federal. A expectativa é que o pico do calor deve ser atingido neste final de semana, com alguns locais podendo atingir temperaturas de até 43ºC.

Confira quais estados estão na área de “grande perigo” definida pelo Inmet:

  • Bahia;
  • Distrito Federal;
  • Goiás;
  • Maranhão;
  • Mato Grosso;
  • Mato Grosso do Sul;
  • Maranhão;
  • Pará;
  • Paraná;
  • Rio de Janeiro;
  • São Paulo;
  • Tocantins.

Na prática, o alerta vermelho é emitido pelo Inmet quando se espera um fenômeno meteorológico de “intensidade excepcional, com grande probabilidade de ocorrência de grandes danos e acidentes, com riscos para a integridade física ou mesmo à vida humana“.

Início da primavera no Brasil

Nesta sexta-feira (22), o inverno se despediu do Brasil e deu lugar à primavera. A estação chegou ao fim com temperaturas próximas dos 40ºC. De acordo com a Climatempo, as capitais com as temperaturas mais altas do país foram Cuiabá (41ºC), Teresina (39ºC) e Palmas (38ºC).

“O período muito quente deve se estender pela primeira semana da primavera e algumas áreas pelo interior do Brasil podem até conviver com temperaturas muito altas até quase o fim de setembro”, afirma a Climatempo. Isso quer dizer que a chegada da nova estação não deverá trazer temperaturas mais amenas no país, para tristeza da população.

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