Consumo de energia bateu recordes no último mês de setembro

Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que auxilia o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) com informações para tomadas de decisão, no mês de setembro foi registrado a maior quantidade de energia elétrica consumida em toda a série histórica, iniciada em 2004.

A classe comercial e a residencial apresentaram um recorde no no consumo de energia elétrica, de 7.278 GWh e 12,6 mil GWh respectivamente.  Já o consumo da indústria, que também apresentou alta na comparação com setembro do ano passado, registrou o maior consumo para setembro desde 2014 (14,8 mil GWh).

Se for considerado o consumo acumulado dos últimos 12 meses, são 498,6 mil GWh, o que  representa uma expansão de 5,5% na comparação com o mesmo período anterior e a previsão dos especialistas é de que o aumento na conta de luz deve continuar sofrendo reajustes.

De acordo com Maurício Tolmasquim, professor titular da Coppe/UFRJ e ex-presidente da EPE,  essa expansão no consumo já estava prevista. “Normalmente, o consumo acompanha o crescimento da economia. É normal, portanto, o consumo crescer junto com a retomada econômica”, salientou.

Setor do comércio é um dos que mais gastam energia

O setor do comércio e varejo foi um dos maiores responsáveis por esse aumento, já que registrou seu maior consumo de energia no ano, encerrando setembro com alta de 6,45% em relação a agosto. Na comparação com o mesmo mês de 2020, a alta foi de 8,80%. É o que mostra o Índice Comerc Energia.

A alta indica aquecimento do setor, um dos mais afetados durante a pandemia, e coincide com o avanço da vacinação e com a flexibilização das medidas restritivas em todos os estados.

De acordo com dados recém-divulgados pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Consumo (Ibevar), o varejo deverá ter alta de 0,52% no quarto trimestre de 2021 em relação ao trimestre anterior, com as categorias de vestuário, veículos, combustíveis, produtos farmacológicos e artigos de uso pessoal liderando esse crescimento.

Juntamente ao aumento do consumo e a crise hídrica que o país está atravessando, está atrelado o aumento no preço do KWh na conta conta de luz no final do mês. Recentemente foi estabelecido pela Aneel o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, no valor das contas de energia elétrica .

Como funciona o sistema de bandeiras

O sistema de bandeiras foi criado em 2015 pela Aneel, e segundo a agência, além de possibilitar ao consumidor saber o custo real da geração de energia, o sistema incide nas despesas no orçamento das distribuidoras, evitando assim uma possível quebra financeira das mesmas.

Anteriormente, a tarifa adicional do custo da energia era repassado anualmente, no reajuste de cada empresa, com devidas aplicações de juros. Agora, os recursos são cobrados e repassados às distribuidoras a cada mês do ano.

A bandeira verde, quando não há cobrança adicional, significa que o custo para produzir energia está baixo. O acionamento das bandeiras amarela e vermelha representa um aumento no custo da geração e a necessidade de acionamento de térmicas, o que está ligado principalmente ao volume dos reservatórios e das chuvas.

Confira os valores para cada bandeira, na tabela a seguir:

BandeirasValores
Bandeira VerdeSem cobrança adicional
Bandeira AmarelaR$ 1,84 por 100 kWh consumidos
Bandeira VermelhaPatamar 1: R$ 3,971 por 100 kWh consumidos

Patamar 2: R$ 9,492 por 100 kWh consumidos

Bandeira de escassez hídrica (preta)R$ 14,20 por 100 kWh consumidos

Vale lembrar que famílias de baixa renda inclusas na Tarifa Social não pagam a tarifa da bandeira de escassez hídrica (bandeira preta) na conta de energia, em vigor até abril do ano que vem para os demais consumidores.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.