Cesta básica já consome 55% do salário mínimo, mostra levantamento

Cesta básica já consome 55% do salário mínimo, mostra levantamento

Levantamento realizado pela imprensa mostra que uma cesta básica no Brasil já compromete mais da metade do salário mínimo no país

Quem recebe apenas um salário mínimo por mês no Brasil, precisa usar mais da metade do valor apenas na compra de uma cesta básica. É o que mostra um novo levantamento realizado pela emissora CNN Brasil, com base nas informações fornecidas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Os dados fazem parte de uma média nacional. Vale lembrar que o preço de uma cesta básica varia a depender da capital em que o cidadão vive. Além disso, também é preciso considerar que o Dieese analisa a situação de apenas 17 cidades do país. As demais capitais não entram na equação. Assim, podem existir inconsistências na pesquisa.

De todo modo, é possível entender que a situação piorou nas últimas semanas. O levantamento da CNN Brasil mostra que em média um cidadão precisa gastar 55% do seu salário mínimo na compra de uma cesta básica no país hoje. Em algumas capitais, a situação é notadamente pior. Em São Paulo, a cesta está mais cara do que o salário.

Segundo as informações oficiais, o piso salarial do Brasil hoje é de R$ 1212. Ao mesmo passo, o preço médio de uma cesta básica no país é de R$ 663,29. A emissora responsável pelo levantamento também afirma que a situação atual é a pior desde o ano de 2004, quando o salário mínimo era de R$ 260 e a cesta de R$ 150,72 em média.

Especialistas afirmam que o dado atual preocupa pois quanto mais uma cesta básica compromete o salário de um cidadão, mais poder de compra este mesmo indivíduo perde. Afinal de contas, sobrará menos dinheiro para que ele pague outras necessidades como contas e aluguéis, por exemplo. Há um impacto direto na qualidade de vida.

Desemprego diminuiu

Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o desemprego vem caindo no Brasil nos últimos meses. No trimestre encerrado em abril, a taxa final ficou na casa dos 10,5%

Na prática, o número representa uma queda de 4,3 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano de 2021. Trata-se, portanto, da redução mais forte da série histórica do IBGE. O Governo Federal comemorou os números.

Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a criticar a metodologia do IBGE para a apresentação da taxa de desemprego. Na ocasião, ele disse que o sistema parecia ser feito para “enganar a população”.

Cesta básica

A avaliação geral do Governo Federal é que com o aumento do emprego no país, menos pessoas poderiam se preocupar com o recebimento de benefícios sociais como o Auxílio Brasil e o vale-gás nacional, por exemplo.

No entanto, os dados apresentados pela CNN Brasil revelam que mesmo as pessoas que estão devidamente empregadas, passam por dificuldades diante da alta da inflação nos últimos meses no país. Dessa forma, nem mesmo a queda do desemprego vem ajudando o Governo Federal.

Em suma, dados revelados no 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional apontam que mais de 33 milhões de brasileiros estão em situação de fome no país.

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