Brasil TESTA semana com quatro dias de trabalho
Nos últimos anos, uma revolução silenciosa tem se desdobrado no mundo corporativo, com empresas buscando alternativas para otimizar a produtividade e a satisfação dos funcionários.
4 dias de trabalho? Jornada menor passa por testes em empresas brasileiras
Uma das abordagens que tem ganhado destaque é a redução da jornada de trabalho para quatro dias na semana, mantendo os salários iguais e prometendo resultados igualmente produtivos, senão melhores. Contudo, no Brasil, essa tendência está prestes a se tornar realidade a partir de dezembro, quando empresas brasileiras começarão a testar esse novo modelo de trabalho visionário.
Um novo horizonte para a produtividade
A iniciativa de adotar uma jornada de trabalho menor enquanto mantém os salários intactos não é apenas uma proposta radical, mas sim uma abordagem baseada em evidências. A 4 Day Week, organização que desde 2019 tem se dedicado a avaliar novos modelos de trabalho e produtividade, é a intermediária desse projeto inovador na América Latina, começando pelo Brasil.
Desse modo, a colaboração entre a 4 Day Week e a Reconnect Happiness at Work, uma empresa especializada no segmento crescente da felicidade corporativa, está pavimentando o caminho para essa transformação. Assim, as empresas interessadas em adotar essa abordagem podem se inscrever até o final de agosto, com uma expectativa de que entre 30 a 50 empresas se juntem ao projeto-piloto.
Mudança cultural como critério principal
A diretora de Comunidade na 4 Day Week Global, Gabriela Brasil, destaca que a disposição da empresa em abraçar uma mudança cultural é o principal critério para participar desse projeto pioneiro.
Dessa forma, o tamanho da empresa, setor ou número de funcionários não são impedimentos para a participação. No entanto, muitas empresas desistem ainda na fase de inscrição, uma vez que o projeto-piloto tem um custo que cobre os meses subsequentes.
Investindo em mudanças significativas
O investimento financeiro necessário para aderir ao projeto-piloto acaba sendo mais simbólico do que monetário. Visto que o cerne desse investimento reside no tempo que a empresa dedica para efetivar mudanças, repensar sua cultura organizacional e adotar práticas mais produtivas.
Portanto, a mudança não se trata apenas de cortar um dia de trabalho, mas sim de reorganizar a forma como o trabalho é realizado, especialmente no que se refere às reuniões.
Reunião: vilã da produtividade?
As reuniões, muitas vezes ineficazes e extensas, foram identificadas como um dos principais obstáculos à produtividade nas empresas. Uma pesquisa da Harvard Business Review revelou que cerca de 70% das reuniões retiram os funcionários do trabalho produtivo.
Desse modo, a abordagem da jornada de quatro dias não se limita apenas a encurtar a semana de trabalho. Visto que também objetiva que a gestão repense o modo como as reuniões são conduzidas.
Gabriela Brasil destaca que a premissa do projeto não é apenas reduzir a jornada de trabalho, mas também reorganizar a comunicação interna e estabelecer critérios mais rigorosos para as reuniões. Pois reuniões mais objetivas, focadas e resolutivas são fundamentais para maximizar a produtividade nesse novo modelo de trabalho.
Resultados positivos e aprendizados
Empresas que já testaram modelos alternativos de jornada de trabalho relatam resultados positivos. Um exemplo é a empresa de serviços financeiros Efí, que estendeu o período de teste para um ano adicional. Contudo, os primeiros seis meses foram desafiadores devido à necessidade de ajustes, principalmente em relação aos feriados.
No entanto, a empresa implementou uma abordagem que garante que a jornada semanal permaneça em 32 horas, mesmo considerando pausas e folgas. Os resultados mostraram um aumento na produtividade ao longo do tempo, destacando a importância de se ajustar ao novo modelo e otimizar as operações.
À medida que as empresas brasileiras embarcam nessa jornada, elas se juntam a uma tendência global que já foi testada e adotada em diversos países. Tais como o Reino Unido, Portugal, Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos e Irlanda.