Brasil e Argentina conversam sobre moeda comum do Mercosul (entenda!)

Bloco deve buscar uma maior integração

Após uma visita a Fernando Haddad, ministro da Fazenda do novo governo de Lula, o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, afirmou que os dois países deverão trabalhar em conjunto, para a criação de uma moeda a ser utilizada em comum, por todos os países do Mercosul. 

A princípio, o objetivo da criação da moeda comum, é o de  integrar todas as nações, fortalecendo o bloco comercial, desenvolvendo o vínculo existente entre os países membros. Scioli diz que, no entanto, não será criada uma moeda única, nos moldes do Euro, por exemplo, moeda oficial da União Europeia.

O embaixador explicou que a criação da moeda não quer dizer que os países não poderão ter as suas próprias. Ademais, ela deverá ser utilizada para integrar a região, fortalecer o intercâmbio comercial, entre os países membros do Mercosul. Ele citou Lula ao dizer que ampliar a união latino-americana é essencial.

A posse do presidente Lula contou com um grande número de líderes da região, indicando que  pode haver uma mudança efetiva no posicionamento do Brasil em sua política internacional. Aliás, espera-se uma nova relação do país com seus vizinhos continentais, acentuando a sua importância na América Latina.

Futuro do bloco econômico

Os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, do Chile, Gabriel Boric, e da Colômbia, Gustavo Petro, foram à posse do presidente Lula. Todavia, o Brasil é um dos maiores parceiros comerciais destes países, e, uma maior união entre as regiões do bloco, pode auxiliar no desenvolvimento de todo o continente. 

O embaixador Scioli afirmou que durante sua conversa com Haddad, eles discutiram alguns temas. Desse modo, eles trataram, por exemplo, da integração energética entre a Argentina e o Brasil, além de uma ampliação do comércio entre os países. Os dois, no entanto, não conversaram sobre o Mercosul.

De acordo com o argentino, o Brasil é o principal parceiro de seu país. Ele ressaltou que há uma crise econômica global, e, por essa razão, é preciso fortalecer toda a região, através da sua união. Analogamente, Scioli finalizou dizendo que o novo ministro é uma pessoa com bastante experiência, ideal para o cargo assumido.

Para o embaixador argentino, Fernando Haddad é um economista produtivista, com um forte compromisso relacionado à criação da moeda em comum, que deve trazer um impacto positivo para toda a região. Segundo ele, o ministro da Fazenda recém empossado é o nome ideal para o cargo em questão.

Novo governo

O embaixador da Argentina, depois do encontro com Haddad, tinha uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para conversar sobre a organização da viagem oficial do presidente eleito, Lula, à Argentina, no dia 23 de janeiro.

Haddad, por sua vez, se reuniu em uma conversa oficial com os secretários de sua pasta, o Ministério da Fazenda. O secretário-executivo Gabriel Galípolo, o secretário de Política Econômica Guilherme Melo, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, entre outros, estiveram presentes.

Mercosul

Segundo  economistas, o Mercosul não possui as mesmas características que o bloco europeu, sendo difícil a implementação de uma moeda comum. O projeto ainda está longe de se concretizar, visto que as políticas econômicas dos países da região se divergem em vários aspectos. Há também a falta de órgãos controladores. 

Scioli afirma que a implementação da nova moeda não significa que os países deverão abdicar de suas próprias. Haddad, no entanto, diz que não há como um país ter duas moedas, para ele, será preciso que todos se adaptem à nova realidade, com os países da região utilizando o mesmo sistema monetário.

Ao comparar o Mercosul com a União Européia, é possível observar que o segundo bloco começou suas conversas sobre uma moeda comum na década de 50. Houve uma implementação de uma zona franca de comércio, a criação de um forte parlamento, conselho e tribunal europeu.

Para a implementação da moeda em comum do Mercosul fosse, seria necessário criar um Banco Central da região, além de um Tribunal de Contas. Os países do bloco são díspares em vários aspectos. Neste caso, se não houver  mudanças significativas, uma moeda para a América Latina se torna impossível.

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