Bolsonaro não corrige tabela e obriga 10,5 milhões a pagar Imposto de Renda

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) adiou de corrigir a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) mais uma vez. Na prática, esse adiamento significa um novo aumento dos impostos. Anualmente, mais cidadãos são obrigados a pagar o Imposto de Renda. Entre os que já pagam, é levada uma parcela ainda maior de dinheiro. Se o presidente tivesse cumprido a promessa de campanha, calcula-se que 10,5 milhões de brasileiros estariam isentos do imposto.

A isenção é válida para quem ganha até dois salários mínimos por mês, ou seja, R$ 1.903,98. Se a promessa de campanha tivesse sido cumprida e a tabela tivesse sido corrigida apenas pela inflação, a isenção valeria para quem ganha até R$ 4.022,89.

Bolsonaro havia feito a promessa durante a campanha à Presidência, em 2018. Na época, ele falou em isentar todos os brasileiros que ganham até cinco salários mínimos. Na época, isso equivalia a pouco menos de R$ 5 mil. No fim de 2019, a promessa mudou e passou a ser para o valor de R$ 3 mil.

Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, a promessa mudou novamente. “Vamos tentar pelo menos em 2022 passar para R$ 3 mil”, afirmou ele. Além disso, Bolsonaro também afirmou que não conseguiria colocar a isenção de R$ 5 mil até o fim de seu mandato.

Com as mudanças de discursos das promessas, o Brasil já está há seis anos sem nenhum reajuste nas faixas salariais de tributação e deduções permitidas, como dependentes ou educação.

Segunda-feira (01) começa o prazo para fazer a declaração anual do Imposto de Renda e é esperada a declaração de cerca de 32,6 milhões de brasileiros. Destes, cerca de 3 milhões terão que devolver o auxílio emergencial recebido em 2020. Isso acontecerá nos casos de quem acumulou renda maior que R$ 22.847,76 no ano passado.

Estudo feito pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) mostrou que 10,5 milhões de brasileiros não deveriam pagar impostos após reajustes e correções. O certo seria a isenção valer para quem ganha até R$ 4.022,89 por mês, em vez dos atuais R$ 1.903,98 mensais.

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