Auxílio emergencial pode voltar em abril? Fim do benefício gerou pobreza, diz Unicef

De acordo com Unicef, fim do Auxílio Emergencial prejudicou crianças e adolescentes no Brasil nos últimos meses

No último mês de outubro de 2021, os pagamentos oficiais do seu Auxílio Emergencial foram encerrados pelo Governo Federal. O fim do programa abriu espaço para o aumento da pobreza em uma parcela sensível da população: as crianças e os adolescentes. As informações são provenientes de uma pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O estudo levou em consideração a quantidade de crianças e adolescentes que estão em situação de pobreza. Os dados mostram que a pandemia da Covid-19 no país afetou 39,5% de todas as crianças no Brasil. A taxa representa a quantidade de brasileiros menores de idade que enfrentam a chamada pobreza monetária.

O Unicef considera que um cidadão está nesta situação quando tem que viver em um país de renda média alta com menos de US$ 5,50 por dia. São taxas estimadas pelo próprio Banco Mundial e são usadas para medir a situação da população em vulnerabilidade social em basicamente todas as regiões do mundo.

De acordo com dados do Unicef, a taxa de 39,5% foi tirada no segundo semestre do ano de 2021. Foi justamente nesta época que o Governo Federal pagou o Auxílio Emergencial com valores mais baixos do que em 2020. Para a maioria dos usuários, o patamar de pagamentos caiu de R$ 600 para R$ 400 e depois para R$ 150.

A Unicef afirma que os números mostram que quando o Auxílio Emergencial pagava R$ 600 por mês e R$ 1,2 mil para mães solteiras, a situação era diferente para boa parte desses cidadãos. Estima-se que pouco mais de 4,4 milhões de crianças e adolescentes deixaram de entrar na pobreza por conta destes recebimentos na família

Avaliação do Unicef

Embora a pesquisa mostre que o Auxílio Emergencial tenha sido importante, a representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer, disse que essa política pública não seria suficiente para atender as crianças que estão em situação de vulnerabilidade social.

“A pesquisa permite ver que, se não tivesse tido o auxílio emergencial, o impacto na pobreza monetária infantil teria sido em torno de dez pontos mais alto. Ou seja, foi uma medida fundamental para evitar que tivesse o efeito ainda mais forte nas crianças e adolescentes”, disse ela.

“Mas o que a pesquisa também mostra é que medidas desse tipo são importantes nesse momento de crise. Mas elas também não resolvem o problema da pobreza”, completou a representante do Unicef no Brasil.

O Auxílio Emergencial

O Governo Federal começou a pagar o Auxílio Emergencial ainda no início do ano de 2020. Naquele primeiro momento, o objetivo do Planalto era ajudar as pessoas que não conseguiam trabalhar por causa da pandemia do novo coronavírus.

Depois de um hiato de três meses sem repasses, o Governo Federal retomou os pagamentos ainda em abril de 2021. Desta vez, no entanto, os valores das liberações eram notadamente menores. O projeto chegou ao fim em outubro.

O Governo Federal argumenta que o fim do Auxílio Emergencial foi possível por causa do atual processo de recuperação do emprego. Além disso, o poder executivo afirma que segue neste momento com os repasses de outros programas como o Auxílio Brasil, o vale-gás nacional e a Tarifa Social de Energia Elétrica.

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