Auxílio de R$ 150 não compensa perdas de quase metade dos trabalhadores

De acordo com levantamento realizado pelo Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira (Cemif) da Fundação Getulio Vargas, aproximadamente metade dos trabalhadores que receberão o auxílio emergencial de R$ 150 não terão as perdas compensadas. A nova rodada do programa pode pagar um dos três valores de parcelas: R$ 150, R$ 250 ou R$ 375.

O valor pago por parcela varia de acordo com a composição familiar de cada trabalhador. A parcela de R$ 150 é paga para quem mora sozinho. Com o auxílio de R$ 150, foi analisado que cerca de 43% dos trabalhadores não terão suas perdas compensadas com o valor. No caso de quem receberá parcelas de R$ 250, a maior parte dos estados terão perdas compensadas. No caso das parcelas de R$ 375, pagas para mães chefes de família, há ganhos em todos os estados do Brasil.

O estudo, que foi divulgado pelo UOL, levou em consideração a estimativa de 20 milhões de brasileiros que moram sozinhos e receberão parcelas de R$ 150 na nova rodada do auxílio, 16,7 milhões de pessoas com famílias de duas ou mais pessoas que receberão parcelas de R$ 250 e 9,3 milhões de mulheres chefes de família que receberão as quatro parcelas de R$ 375.

Quando analisada a estimativa de perdas e ganhos de renda em cada estado do Brasil, não há compensação quando é feito pagamento de R$ 150 na maior parte do país. Os ganhos são percebidos apenas nas regiões Norte e Nordeste. Esse dado escancara ainda mais a desigualdade social no Brasil.

O levantamento ainda analisou os dados dividindo por gênero. No caso das parcelas de R$ 150, foi concluído que há perda de renda de 2% no caso de homens e perda de renda de 4% no caso de mulheres. Quando o pagamento feito é o de parcelas de R$ 250, foi notado ganho de 10% para homens e ganho de 9% para mulheres. Sem auxílio, as mulheres perdem mais.

Em 2020, o governo brasileiro gastou R$ 293 bilhões com pagamento do auxílio emergencial. Este ano, o governo planeja gastar R$ 43 milhões com o programa. Por isso, o público que receberá pagamento do programa também foi reduzido. Ano passado, cerca de 68 milhões receberam alguma parcela do auxílio emergencial. Em 2021, o pagamento será feito para 45,6 milhões de brasileiros.

Mesmo sendo pago para menos pessoas e com valor reduzido, o levantamento concluiu que o programa tem efeito positivo quando comparado à renda do grupo antes da pandemia. O auxílio emergencial aumentou em 17% a renda de homens e em 19% a renda de mulheres. Sem o programa emergencial, as perdas de renda são de 20% para homens e de 29% para mulheres.

O cronograma de pagamento do auxílio emergencial 2021 foi iniciado dia 6 de abril e segue até dia 30. Ele é organizado de acordo com o mês de aniversário dos beneficiários. Já o saque será liberado cerca de um mês depois, também gradualmente. Veja as datas abaixo.

Calendário do auxílio em abril de 2021

6 de abril: Nascidos em janeiro

9 de abril: Nascidos em fevereiro

11 de abril: Nascidos em março

13 de abril: Nascidos em abril

15 de abril: Nascidos em maio

18 de abril: Nascidos em junho

20 de abril: Nascidos em julho

22 de abril: Nascidos em agosto

25 de abril: Nascidos em setembro

27 de abril: Nascidos em outubro

29 de abril: Nascidos em novembro

30 de abril: Nascidos em dezembro

Calendário de saque do auxílio 2021

4 de maio: Nascidos em janeiro

6 de maio: Nascidos em fevereiro

10 de maio: Nascidos em março

12 de maio: Nascidos em abril

14 de maio: Nascidos em maio

18 de maio: Nascidos em junho

20 de maio: Nascidos em julho

21 de maio: Nascidos em agosto

25 de maio: Nascidos em setembro

27 de maio: Nascidos em outubro

1 de junho: Nascidos em novembro

4 de junho: Nascidos em dezembro

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