No Brasil, extrema pobreza caiu a mínima histórica, diz Banco Mundial

Com os pagamentos do Auxílio Emergencial durante a pandemia, extrema pobreza no Brasil teve queda histórica

Em 2020, o Brasil registrou uma queda histórica no percentual de brasileiros em situação de extrema pobreza. A informação foi divulgada nesta semana pelo Banco Mundial, instituição que realiza esta pesquisa desde o ano de 1981. O motivo da queda pode ter relação direta com os pagamentos do Auxílio Emergencial no início da pandemia do coronavírus.

Segundo o banco, em 2019 5,4% da população brasileira vivia na linha de extrema pobreza. Em 2020, com o início dos pagamento do Auxílio Emergencial, esta taxa caiu para 1,9%, ou seja, uma redução de 3,5 pontos percentuais entre os dois anos. Em números totais, estamos falando de uma queda de 11,37 milhões de brasileiros para 4,14 milhões nesta situação.

Desta forma, é possível dizer que o Auxílio Emergencial do Governo Federal ajudou a retirar 7,23 milhões da extrema pobreza naquele determinado ano.

O Banco Mundial considera que um cidadão está em situação de extrema pobreza, quando recebe menos de US$ 2,15 por dia. Dados do Ministério da Cidadania apontam que quase 70 milhões de brasileiros chegaram a receber ao menos uma parcela do Auxílio Emergencial de R$ 600 pago entre os meses de abril e agosto daquele ano.

Mas a redução da extrema pobreza no Brasil pode não ser explicada apenas pela questão do Auxílio Emergencial. Ainda tomando como base os dados do Banco Mundial, é possível dizer que entre os anos de 2016 e 2020, fomos o país da América Latina que mais reduziu a extrema pobreza. Um recuo de 2,8 pontos percentuais neste período.

O Auxílio Emergencial

Criado em 2020, o Auxílio Emergencial tinha como objetivo ajudar as pessoas que estavam passando por dificuldades no início da pandemia do coronavírus no país. Com o fechamento de vários serviços para evitar a contaminação, mais indivíduos não conseguiram trabalhar.

O Auxílio Emergencial no valor de R$ 600 era pago de maneira dobrada caso o usuário fosse uma mãe solo. Elas podiam receber R$ 1,2 mil por mês. Este sistema inicial do benefício durou apenas até o mês de agosto. Em setembro, o governo aplicou uma redução de valor e as pessoas começaram a receber R$ 300 por mês.

Com o fim do período de calamidade pública, o governo cancelou os pagamentos do Auxílio Emergencial, e não pagou nada referente ao benefício entre os meses de janeiro e março de 2021. O programa voltou em abril pagando um valor ainda menor: R$ 150 para a maioria dos usuários.

Mudanças no Auxílio

Em novembro de 2021, o governo cancelou mais uma vez os pagamentos do Auxílio Emergencial e extinguiu o Bolsa Família. Para preencher o vazio deixado pelos dois programas, eles decidiram iniciar as liberações do Auxílio Brasil, projeto que está ativo até hoje.

Dados do Ministério da Cidadania apontam que mais de 21 milhões de pessoas recebem o saldo de R$ 600 mínimos do Auxílio Brasil. Contudo, o programa só deve durar até o final deste ano de 2022. Para 2023, a indicação é de que o Bolsa Família será retomado.

Segundo promessas do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o novo programa começará a valer a partir de janeiro e vai repassar R$ 600 mínimos por famílias, com pagamentos adicionais de R$ 150 por filhos menores de seis anos de idade.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.