Após Selic, BB e Caixa anunciam corte nos juros do consignado

Logo depois de novo anúncio do Banco Central, redução da taxa de juros do consignado foi anunciada. Veja números

Acabou o mistério. Depois de longas semanas de muita espera e pressão do governo federal, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a taxa de juros em 0.5 ponto. Na prática, a nova Selic será, portanto, de 13,25% ao ano. Embora ainda siga em um patamar alto, vários setores da sociedade comemoraram a decisão.

Entre os setores que mais comemoram está o financeiro. Logo depois do anúncio do Copom na noite desta quarta-feira (2), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal anunciaram a redução dos juros do crédito consignado para segurados que fazem parte do sistema do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A redução do consignado

  • Na Caixa Econômica Federal

Na Caixa Econômica Federal, a redução do consignado foi de 1,74% para 1,70% para aposentados e pensionistas do INSS. “Com a diminuição, em um contrato com valor líquido de R$ 10 mil, em 84 meses, o cliente passa a economizar um valor superior ao de uma prestação ao final do pagamento do contrato”, disse a instituição financeira.

“A medida contribui com a organização das finanças dos clientes, em conjunto com as atuais ações vigentes do banco de negociação de dívidas, e para o crescimento da economia do país”, disse a presidente do banco, Rita Serrano.

  • No Banco do Brasil

No Banco do Brasil, a taxa de juros caiu de 1,81% ao mês para 1,77% ao mês nesta faixa mínima. Para a a faixa máxima, a redução foi de 1,95% para 1,89% ao mês. Além disso, a instituição também confirmou que vai aplicar reduções no desconto de título, capital de giro, conta garantida e outros produtos. Nestes casos, as reduções deverão variar de acordo com o perfil do cliente.

“A queda da taxa de juros no país está apoiada em condições positivas, construídas ao longo de todo o primeiro semestre deste ano. Elas possibilitam crédito mais barato para as famílias e para as empresas – especialmente as MPE – o que nos permite vislumbrar perspectivas de ainda maior dinamismo da economia, com mais crescimento e geração de emprego”, disse a presidente do Banco do Brasil, Taciana Medeiros.

Após Selic, BB e Caixa anunciam corte nos juros do consignado
Banco do Brasil anunciou mudanças no sistema do consignado. Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A decisão do Banco Central

Como dito, o anúncio da decisão de corte de juros pelo Banco Central ocorreu no início da noite desta quarta-feira (2). Além da opção de cortar o 0.5 ponto, o Copom deixou claro em sua avaliação que vai iniciar um ciclo de cortes nas próximas reuniões, o que indica que novas reduções estão programadas para este ano.

A redução dos juros anunciada nesta semana foi a primeira em mais de três anos. A última vez que uma queda tinha sido registrada foi em agosto de 2020, quando o patamar caiu de 2,25% para 2% ao ano. Logo depois daquele movimento, o Comitê elevou a porcentagem 12 vezes seguidas, e manteve o patamar de 13,75% ao ano por outras sete oportunidades.

Comemoração do governo federal

A decisão de reduzir a taxa de juros nesta semana já era esperada pelo mercado financeiro. A surpresa ficou mesmo pelo tamanho do corte. Existia uma dúvida se os diretores reduziriam o patamar em 0.25 ponto ou 0.5 ponto percentual. O Governo Federal trabalhava pela segunda opção.

Por 5 votos a 4, o Comitê decidiu que a redução fosse de 0.5 ponto. Chama a atenção que o voto decisivo pela redução maior foi dado pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Ele vem sendo alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua atuação na instituição.

Mas se engana quem pensa que as críticas devem ser amenizadas. “O corte de meio ponto na taxa Selic não muda o fato de q o BC segue impondo ao Brasil a maior taxa de juros do planeta. Já era pra ter reduzido a Selic, substancialmente, há muito tempo. Estamos pagando um preço muito alto pela atuação política do bolsonarista Campos Neto no BC”, disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

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