Um recente estudo divulgado pela renomada gestora britânica Schroders trouxe à tona preocupações significativas sobre os possíveis impactos do fenômeno climático El Niño nas economias dos mercados emergentes, com um foco especial no Brasil.
Além das mudanças climáticas? El Niño traz desafios à produção agrícola e impacta os preços dos alimentos no Brasil
Este fenômeno natural, que ocorre a cada dois a sete anos, tem a capacidade de afetar o clima global, influenciando as chuvas e o aquecimento das águas do Oceano Pacífico.
Em suma, com o El Niño previsto para atingir seu pico entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024, é crucial compreender como ele poderá impactar a produção agrícola e os preços dos alimentos no Brasil, bem como as implicações econômicas que isso acarreta.
Sobre o El Niño
De modo geral, o El Niño é um fenômeno climático de grande escala que ocorre periodicamente e tem repercussões globais. Em suma, ele é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, influenciando diretamente o clima em diferentes partes do mundo, especialmente no hemisfério sul.
Contudo, os efeitos do El Niño podem variar, levando a condições climáticas extremas, como secas em algumas áreas e chuvas intensas em outras.
Impacto na produção agrícola
Um dos principais pontos de preocupação destacados no estudo da Schroders é o impacto do El Niño na oferta global de commodities, com foco especial nos preços dos alimentos.
Desse modo, quando o El Niño afeta as condições climáticas, ele pode resultar em quebras de safra, reduzindo a produção de alimentos. Isso, por sua vez, pode levar a um aumento nos preços dos alimentos, criando uma situação chamada estagflação, em que há inflação e estagnação econômica simultaneamente.
Para o Brasil, uma nação que desempenha um papel significativo na produção de alimentos e nas exportações agrícolas, esse cenário pode ser particularmente desafiador.
Dessa forma, as regiões mais vulneráveis, especialmente as mais pobres, podem ser duramente afetadas, enfrentando perdas significativas de receitas caso a produção agrícola seja prejudicada e os preços dos alimentos subam.
Em resumo, isso ocorre porque cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é composto por exportações líquidas de alimentos, tornando o país altamente sensível a flutuações no El Niño, que estão intimamente ligadas ao crescimento econômico.
Impactos além da agricultura
Além dos efeitos diretos na produção agrícola e nos preços dos alimentos, o El Niño também pode exacerbar desastres naturais. O estudo da Schroders destaca que eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas prolongadas, incêndios florestais e inundações causadas por chuvas intensas, estão se tornando cada vez mais frequentes e devastadores em todo o mundo.
Esses eventos não apenas afetam a atividade econômica, mas também impactam diretamente os mercados de seguros, aumentando os custos e as demandas por cobertura.
Um importante alerta
Certamente, o estudo divulgado pela Schroders serve como um alerta importante para o Brasil e outros mercados emergentes que dependem fortemente da agricultura e das exportações de alimentos.
O El Niño, previsto para atingir seu pico nos próximos meses, traz consigo a ameaça de desequilibrar a produção agrícola e elevar os preços dos alimentos, o que poderia resultar em desafios econômicos significativos.
Desse modo, para enfrentar esses desafios, é fundamental que o Brasil continue investindo em estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, além de fortalecer sua resiliência às condições climáticas extremas.
Além disso, a cooperação internacional e a coordenação de políticas entre os países afetados pelo El Niño são essenciais para minimizar os impactos negativos e garantir a segurança alimentar global.
Uma realidade econômica
Em suma, o El Niño não é apenas um fenômeno climático passageiro; é uma realidade que exige atenção constante e ação coordenada para garantir a estabilidade econômica e a segurança alimentar, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.
Portanto, é imperativo que governos, empresas e organizações continuem monitorando de perto as condições climáticas e implementem medidas eficazes para enfrentar os desafios que o El Niño apresenta.