“A democracia está em evolução”, diz Guedes sobre orçamento secreto

Bomba! O ministro da Economia, Paulo Guedes, ao ser questionado sobre o orçamento secreto, que destinou cerca de R$ 3 bilhões aos aliados do governo, respondeu que “a democracia está em evolução”. A declaração foi dada durante a Comissão de Educação nesta terça-feira (01).

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) foi quem pontuou: “Não é emenda, é ‘toma lá, dá cá’. Vossa Excelência considera isso uma boa política?”, disse a Paulo Guedes.

Mesmo diante deste escândalo, o ministro negou que os valores foram usados como uma espécie de troca para conseguir apoio político.

“Quando ele pergunta sobre o orçamento paralelo, na verdade, as emendas … eu acho que a democracia está em evolução. Eu acho que temos que aprender a fazer orçamentos juntos. E os orçamentos são realmente controlados pela maioria”, respondeu Guedes, fugindo do assunto.

O ministro ainda disse que mesmo que a equipe econômica seja responsável pelo envio do orçamento para aprovação, cabe a cada ministério colocá-lo em prática.

“Cada governo, cada maioria, tem suas prioridades. E essas prioridades têm que entrar na execução orçamentária. Cada um tem suas prioridades, e o Ministério da Economia cumpre”.

O ministério da Economia também estuda alterar a faixa de isenção do imposto de renda. Saiba o novo valor aqui. 

“Democracia em evolução”? Entenda o orçamento secreto

O orçamento secreto, a qual Guedes se esquivou de comentar, e preferiu dizer que “a democracia está em evolução”, se refere a verbas descobertas pelo Estadão.

De acordo com o apurado pelo jornal, parte do valor foi parar na mão de empresas ligadas a políticos e até outras que estariam envolvidas inclusive na operação Lava Jato.

No documento ainda foi possível ver contratos de empresas caseiras negociando dezenas de milhões de reais para equipamentos pesados.

“É óbvio – deve ser registrado por dever de ofício – que nem todas as empresas tenham atuado de forma ilícita na obtenção dos contratos. Cabe, contudo, ao controle externo, identificar padrões de atuação”, defendeu o subprocurador-geral da República junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado.

O “orçamento secreto” foi desenvolvido pelo presidente Jair Bolsonaro, por meio dele cerca de R$ 3 bilhões puderam ser programados de acordo com o que diziam um grupo de deputados e senadores.

O ato fere a lei orçamentária e, por isso, o presidente pode responder por crime de responsabilidade social – o mesmo que levou ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

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