O Projeto de Lei Complementar 136/23, em tramitação na Câmara dos Deputados, tem gerado grande discussão sobre o possível aumento no preço dos combustíveis. Esse projeto prevê uma compensação de R$ 27 bilhões da União para os estados e o Distrito Federal, como forma de amenizar a queda na arrecadação do ICMS.
Impacto no Preço dos Combustíveis
A discussão em torno do projeto tem gerado polêmica, pois há receios de que a aprovação do texto permita que os estados aumentem a porcentagem de cobrança do ICMS, o que poderia resultar em um aumento no preço dos combustíveis. Um trecho do projeto sugere que os estados não seriam mais obrigados a cobrar a alíquota ad rem, abrindo uma brecha para aumentos abusivos.
Essa possibilidade tem preocupado o mercado, que prevê um impacto negativo na inflação em 2024. O aumento no preço dos combustíveis afeta diretamente o consumidor, que já enfrenta dificuldades financeiras devido a outros fatores econômicos.
Projeto de Lei Complementar
Durante a gestão do presidente Bolsonaro, foram aprovadas duas leis complementares (192/22 e 194/22) que alteraram a cobrança do ICMS. Essas mudanças afetaram diretamente os caixas estaduais, levando os governadores a buscar soluções na Justiça, obtendo liminares no Supremo Tribunal Federal.
O projeto em discussão prevê que os estados que têm a receber até R$ 150 milhões receberão 50% do valor em 2023 e os outros 50% em 2024. Já aqueles que têm a receber entre R$ 150 milhões e R$ 500 milhões terão 1/3 do valor em 2023 e 2/3 em 2024. Quando o montante a ser recebido ultrapassar os R$ 500 milhões, a compensação será dividida em 25% em 2023, 50% em 2024 e 25% em 2025.
Os estados em Regime de Recuperação Fiscal, como Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul, também receberão a compensação, com a diferença de que poderão abater R$ 900 milhões na parcela das dívidas com a União em 2026. Esses estados têm buscado ajustes fiscais para quitar seus débitos em condições especiais.
Implicações Econômicas
A queda na arrecadação do ICMS afetou os estados de maneira significativa. As mudanças na incidência do tributo sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo, em 2022, prejudicaram os caixas estaduais e levaram à necessidade de compensação por parte da União.
No entanto, é preciso encontrar um equilíbrio entre a necessidade de compensação e o impacto no bolso dos consumidores. O aumento no preço dos combustíveis pode gerar um efeito cascata na economia, afetando desde o transporte de mercadorias até o custo de vida das famílias.
Alternativas e Soluções
Diante desse cenário, é fundamental que o Congresso Nacional e os representantes dos estados busquem alternativas e soluções que possam garantir a sustentabilidade financeira dos estados sem penalizar ainda mais os consumidores. É necessário encontrar um ponto de equilíbrio que atenda às demandas dos estados e não prejudique o poder de compra da população.
Uma possibilidade seria a adoção de medidas de controle e transparência na cobrança do ICMS, evitando abusos por parte dos estados. Além disso, seria importante promover a diversificação da matriz energética, investindo em fontes renováveis e alternativas aos combustíveis fósseis, reduzindo a dependência dos preços internacionais do petróleo.
O Projeto de Lei Complementar 136/23, em discussão na Câmara dos Deputados, tem gerado debate acalorado sobre o possível aumento no preço dos combustíveis. É necessário encontrar um equilíbrio entre a necessidade de compensação financeira dos estados e o impacto no bolso dos consumidores.
Os efeitos de um aumento no preço dos combustíveis podem ser sentidos em diversos setores da economia, afetando desde o transporte de mercadorias até o custo de vida das famílias. Portanto, é fundamental que medidas sejam adotadas para evitar abusos na cobrança do ICMS e promover a diversificação da matriz energética.
Cabe aos representantes do Congresso Nacional e dos estados buscar soluções viáveis e justas, que garantam a sustentabilidade financeira dos estados sem prejudicar ainda mais os consumidores. A população espera por medidas que promovam um ambiente econômico mais estável e favorável ao desenvolvimento do país.