O desemprego no Brasil caiu em 2023 e atingiu 7,8%. O número de desempregados caiu 1,8 ponto percentual (p.p.) em relação a 2022. Com isso, a população desocupada totalizou 8,5 milhões de pessoas, ficando 17,6% menor que a de 2022 (redução de 1,8 milhão de pessoas).
Ao considerar as 27 unidades federativas (UFs), o número de pessoas desocupadas caiu em 25 delas. As únicas exceções foram Mato Grosso do Sul, cuja taxa se manteve estável em relação a 2022, e em Roraima, cujo número de pessoas em busca de trabalho disparou 38,5% em 2023.
Ao considerar as quedas, os maiores recuos foram registrados nos seguintes estados:
- Acre (-45,7%);
- Espírito Santo (-34,1%);
- Maranhão (-29,7%).
A propósito, todos os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta quarta-feira (22).
Pernambuco lidera ranking de desemprego
No ano passado, dois estados assumiram a primeira posição nacional do ranking de desemprego. Enquanto a Bahia teve a maior taxa de desocupação do país no primeiro e no terceiro trimestre, Pernambuco assumiu a posição nos outros dois trimestres.
Veja abaixo as taxas de desocupação em todas as UFs em 2023:
Unidade Federativa | 2022 | 2023 |
Pernambuco | 15,9% | 13,4% |
Bahia | 15,1% | 13,2% |
Sergipe | 13,1% | 11,4% |
Amapá | 13,7% | 11,3% |
Rio Grande do Norte | 11,9% | 10,7% |
Distrito Federal | 11,3% | 10,1% |
Rio de Janeiro | 13,3% | 10,1% |
Amazonas | 13,1% | 9,9% |
Piauí | 10,0% | 9,8% |
Paraíba | 12,4% | 9,6% |
Alagoas | 12,0% | 9,2% |
Ceará | 9,4% | 8,5% |
Maranhão | 11,4% | 7,9% |
Pará | 9,7% | 7,7% |
São Paulo | 9,1% | 7,5% |
Acre | 12,4% | 7,5% |
Roraima | 4,9% | 6,6% |
Goiás | 7,7% | 5,8% |
Minas Gerais | 7,7% | 5,8% |
Tocantins | 7,6% | 5,8% |
Espírito Santo | 8,5% | 5,7% |
Rio Grande do Sul | 6,4% | 5,4% |
Paraná | 6,0% | 4,8% |
Mato Grosso do Sul | 4,9% | 4,7% |
Santa Catarina | 3,8% | 3,4% |
Mato Grosso | 4,0% | 3,3% |
Rondônia | 4,2% | 3,2% |
Ao comparar as taxas médias de 2022 e 2023, Pernambuco seguiu na primeira posição, mas reduziu a distância em relação à Bahia, que se manteve na segunda posição.
Além disso, cabe salientar que os estados que apresentaram os maiores contingentes de pessoas desocupadas em 2023 foram São Paulo (2,0 milhões), Bahia (922 mil) e Rio de Janeiro (914 mil).
Desemprego recua em duas UFs no 4º trimestre
No quarto trimestre de 2023, o desemprego caiu no Brasil (7,7% para 7,4%), apesar dos fracos resultados. Isso porque apenas duas das 27 UFs registraram queda na taxa de desocupação, mas isso foi suficiente para puxar o resultado nacional para baixo.
Em suma, os locais que registraram queda na taxa de desocupação no quarto trimestre de 2023 foram:
- Rio Grande do Norte: -1,9 ponto percentual;
- Rio de Janeiro: -0,9 ponto percentual.
“No Rio de Janeiro, houve crescimento acentuado da ocupação, principalmente nas atividades industriais e de outros serviços. No caso do Rio Grande do Norte, o recuo da taxa foi influenciado pela redução do número de pessoas procurando trabalho no período“, explicou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
A saber, a taxa caiu de 10,1% para 8,3% no Rio Grande do Norte, enquanto a desocupação no Rio de Janeiro passou de 10,9% para 10,0%.
Vale destacar que dois estados registraram aumento na taxa de desemprego no quarto trimestre: Rondônia (1,5 p.p.) e Mato Grosso (1,5 p.p.). Em Rondônia, a taxa subiu de 2,3% para 3,8%. Já em Mato Grosso, o avanço foi de 2,4% para 3,9%.
“Em Rondônia, houve uma redução no número de trabalhadores, com maiores perdas de ocupação na agricultura e no comércio. Já em Mato Grosso, embora houvesse aumento na ocupação, a expansão acentuada do número das pessoas procurando trabalho contribuiu para o crescimento da taxa de desocupação no estado“, disse Beringuy.
Já as taxas das 23 UFs restantes se mantiveram estáveis em relação aos três meses anteriores, sem apresentar variação significativa.
Taxa de desocupação no 4º trimestre
O IBGE divulgou os números médios de 2023, mas também informou as taxas de desocupação em cada UF no quarto trimestre do ano passado. Os três últimos meses de 2023, ficaram marcados pela presença de um novo estado na liderança do ranking nacional de desocupação.
Em síntese, a Bahia teve a maior taxa de desocupação do país no primeiro e no terceiro trimestres de 2023, enquanto Pernambuco apresentou a maior taxa no segundo trimestre. Já nos últimos três meses do ano, o Amapá assumiu a posição, ultrapassando as taxas dos estados nordestinos.
Veja abaixo as maiores taxas do país:
- Amapá: 14,2%;
- Bahia: 12,7%;
- Pernambuco: 11,9%;
- Sergipe: 11,2%;
- Piauí: 10,6%;
- Rio de Janeiro: 10,0%.
Nordeste tem a maior taxa de desocupação do país
O IBGE também revelou que o Nordeste seguiu como a região com a maior taxa de desemprego do Brasil. Com exceção do Maranhão (7,1%), todos os estados nordestinos tiveram taxas maiores que a média nacional (7,4%).
Veja abaixo as taxas de desocupação em cada uma das regiões brasileiras no terceiro trimestre:
- Nordeste: 10,4%;
- Norte: 7,7%;
- Sudeste: 7,1%;
- Centro-Oeste: 5,8%;
- Sul: 4,5%.