De acordo com dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor da cesta básica em 17 capitais diferentes aumentou consideravelmente durante o ano de 2021.
De acordo com os dados, o valor das cestas básicas em dezembro comparado com o mesmo mês do ano de 2020 tiveram altas mais expressivas. As capitais onde ocorreram tal aumento foram: Curitiba (16,3%), Natal (15,42%), Recife (13,42%), Florianópolis (12,02%) e Campo Grande (11,26%). As menores taxas acumuladas foram as de Brasília (5,03%), Aracaju (5,49%) e Goiânia (5,93%).
Detalhes da pesquisa
Ainda sobre a pesquisa, de novembro para dezembro de 2021, o valor da cesta básica subiu em oito cidades, dando um certo destaque para Salvador e Belo Horizonte que subiram 2,43% e 1,71% respectivamente. A redução mais importante foi registrada em Florianópolis (-2,95%).
Já em dezembro de 2021, a cesta que possui o maior custo foi a de São Paulo (R$ 690,51), seguido por Florianópolis (R$ 689,56) e Porto Alegre (R$ 682,90). Já entre as regiões Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, encontramos as cidades com os menores valores médios, estes estão localizados em Aracaju (R$ 478,05), João Pessoa (R$ 510,82) e Salvador (R$ 518,21).
Segundo as estimativas do Dieese, em dezembro de 2021, o salário-mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 5.800,98 o que representa 5,27 vezes o salário-mínimo do final do ano, equivalente a R$ 1.100.
Já no mês novembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 5.969,17 ou 5,43 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2020, o salário-mínimo necessário foi de R$ 5.304,90, ou 5,08 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 1.045,00.
Quais produtos compõem a cesta básica?
Os produtos de uma cesta básica variam de acordo com a tradição alimentar de cada uma das três grandes áreas do país: a Região Sudeste, as regiões Sul/Centro-Oeste e as regiões Norte/Nordeste. Com tudo são 13 produtos da base alimentar, estes são: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga.
De acordo com a pesquisa, entre dezembro de 2020 e de 2021 muitos produtos tiveram alta considerável em seus preços. Dentre estes produtos, na maioria das capitais pesquisadas a carne bovina de primeira subiu (de 5% em Aracaju a 18,76%, em Porto Alegre), junto com o açúcar (entre 32,12% em Fortaleza e 73,25% em Curitiba).
Assim como a carne e o açúcar, alguns alimentos básicos como óleo de soja (de 8,94% em Goiânia a 11,68% em Campo Grande), pó de café (entre 39,42% em São Paulo a 112,44% em Vitória) e o tomate também sofreram grande variação. O tomate neste caso teve variações expressivas em Natal (102,29%), Vitória (58,53%), Florianópolis (43,85%), Rio de Janeiro (42,39%) e Belo Horizonte (36,76%).
Em algumas cidades o pão francês também sofreu aumento (altas que variaram entre 1,42%, em Florianópolis e 14,14% em Curitiba), a manteiga (entre 0,51% em Belo Horizonte a 27,03% em Vitória), o leite integral longa vida (de 5,24% em Curitiba a 9,52% em Florianópolis), a farinha de trigo (de 33,82% em Curitiba a 17,2% em Porto Alegre), e a mandioca, alimento típico da cesta básica do Norte e Nordeste, variando entre 0,65% em João Pessoa a 13,14%, em Natal.