O Governo Federal anunciou na manhã desta quinta-feira (25) algumas medidas que serão tomadas com o objetivo de baratear os preços dos carros populares no Brasil. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse que o poder executivo está apostando na redução de impostos para baratear os veículos em até 10,79%.
Alckmin também anunciou que a medida vai valer para carros com valor final de até R$ 120 mil. Para estes veículos, a ideia é reduzir a tributação de impostos como IPI e o Pis/Cofins. Com a medida, o Governo acredita que as faixas de redução dos preços dos carros podem variar de acordo com cada modelo apresentado.
O vice-presidente disse que acredita que os carros populares deverão voltar a custar menos de R$ 60 mil no Brasil. Alckmin se reuniu nos últimos dias com representantes de diferentes montadoras e disse que os empresários estão de acordo com o desenho final do projeto, que foi capitaneado pelo vice do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na quarta-feira (24), Alckmin se encontrou com o petista e também com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Este último conversou com jornalistas depois do encontro e revelou que parte das medidas anunciadas pelo Governo devem começar a valer ainda este ano, e outras só devem sair do papel a partir de 2024, o que indica que a redução dos preços dos carros ainda pode demorar.
O preço dos carros
Os dados mais recentes de fontes do Governo mostram que hoje no Brasil os carros populares custam, no mínimo, R$ 68 mil. As montadoras confessaram ao vice-presidente que os preços mais populares já levam em conta uma baixa margem de lucro para as companhias que atuam no Brasil.
Em declaração recente, o presidente Lula criticou o atual valor e disse que os preços dos carros populares no Brasil hoje não estariam de acordo com as necessidades das pessoas. Para ele, um cidadão não pode comprar um veículo com este valor cobrado.
“A fábrica de automóveis não está vendendo bem, mas qual pobre pode comprar um carro popular de R$ 90 mil?”, questionou Lula em evento recente. Na prática, um carro popular no Brasil tem um preço equivalente a 50 salários mínimos, que faz pagamentos mensais de R$ 1.320.
Novas mudanças
Para Alckmin, a redução dos preços dos carros para a casa dos R$ 60 mil poderá ser apenas o começo. Segundo o vice-presidente, o Governo Federal estuda a possibilidade de aplicar uma segunda rodada de medidas que poderiam fazer com que o preço do veículo popular caia ainda mais.
“Hoje, o carro mais barato é quase R$ 70 mil. Queremos reduzir esse valor. Mas os outros também serão reduzidos. Quanto menor, mais acessível, maior será o desconto do IPI, PIS e Cofins. Primeiro item é social, é você atender mais essa população que está precisando mais”, declarou o vice-presidente, que é também ministro de Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços.
Como preço vai ser definido
Como dito, Alckmin explicou que o tamanho da queda nos preços dos carros populares vai depender de uma série de fatores. São eles:
- o valor atual do veículo: carros mais baratos terão um desconto tributário mais alto;
- a emissão de poluentes: quanto mais limpo for o carro, maior será o desconto tributário;
- a cadeia de produção: quanto mais peças o veículo produzir no Brasil, maior será o desconto tributário.
Montadores confiantes
Em entrevista depois do lançamento do pacote do Governo Federal, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, disse que está confiante na redução dos preços dos carros.
“O preço, cada montadora tem sua politica. Mas pelos números apresentados é muito possível termos preços abaixo de R$ 60 mil. Com essas reduções tributárias em discussão e um esforço conjunto de todo setor, é bem possível que tenhamos. Mas isso é uma questão de cada montadora, de cada fabricante”, declarou ele.