Unicamp abre inscrições para vestibular 2021 nesta quinta-feira

Os candidatos vão concorrer a 3.234 vagas, todas por meio do vestibular e sem vinculação com o Enem

A Unicamp abre, na manhã desta quinta-feira (30), as inscrições para o vestibular 2021, que será aplicado em 37 cidades do país — duas a mais do que a edição 2020. Os candidatos vão concorrer a 3.234 vagas, todas por meio do vestibular, já que a universidade de Campinas (SP) cancelou, excepcionalmente, o processo seletivo vinculado ao Enem.

A inscrição deve ser feita pelo site da comissão organizadora do vestibular (Comvest) até 8 de setembro. O processo de inscrição não teve mudança por conta da pandemia, pois já é on-line. A entrega de documentos por candidatos com deficiência ou para quem requisitou meia-taxa também será de forma virtual.

Diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto afirma que o processo seletivo vai considerar as dificuldades educacionais impostas pela pandemia. Dentre as medidas estão a redução do número de questões de 90 para 72 e a mudança na lista de livros, que ficou menor.

“Se houve uma mudança na realidade dos estudantes, também tem de haver uma alteração no procedimento de seleção, que são as provas. Então reduzir a lista de obras e adequar os conteúdos é também um desafio para nós no sentido de continuar a fazer uma prova criteriosa e seletiva, mas adequada à realidade para que os candidatos não se sintam intimidados em um ano tão atípico”.

As 3,2 mil vagas estão distribuídas em 69 cursos de graduação da universidade, que tem campi em Campinas, Limeira (SP) e Piracicaba (SP). A taxa de inscrição é de R$ 170. Os candidatos isentos do pagamento também devem fazer a inscrição para o vestibular.

Novas cidades com provas

Além das 35 cidades que receberam provas no vestibular anterior, a Comvest incluiu outras duas do estado de São Paulo na lista deste ano — Barueri e Fernandópolis. A mudança ocorre também para reduzir os impactos da pandemia.

O diretor da Comvest explicou que Barueri foi escolhida para atender a região metropolitana da capital, enquanto Fernandópolis ampliará a oferta no noroeste paulista para evitar que algum candidato fique muito longe dos locais de provas.

“Em Osasco, onde o pessoal de Barueri e a região fazia provas, tinha muita gente. A gente quer evitar aglomeração. O resto a gente analisou o estado de São Paulo e queremos uma cobertura em que as pessoas não viajem mais de 100 km até um local de prova”, afirmou Freitas Neto.

No vestibular 2020, as provas foram aplicadas em 31 cidades do estado de São Paulo e cinco capitais de outras unidades da federação: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e Salvador (BA).

Números

Freitas Neto prevê que o número de candidatos inscritos para o vestibular atual seja menor do que os 72.859 estudantes do ano passado. O diretor pondera, no entanto, que a Unicamp atingiu o maior índice de estudantes que pediram e obtiveram a isenção da taxa do vestibular.

“Tudo é uma grande incógnita, mas nós trabalhamos com um cenário de uma prova com menos candidatos neste ano. Isso se deve à própria condição econômica das pessoas e principalmente, talvez, porque alunos que tenham se sentido desestimulados pela ausência de aulas presencial. Talvez não puderam se preparar da maneira que gostariam”.

Sobre o cancelamento do uso do Enem, o diretor avalia que o maior número de vagas ofertadas pelo vestibular deve reduzir a relação de candidatos por vaga, o que pode estimular os estudantes.

“O fato de termos mais vagas disponíveis pelo vestibular tende a diminuir a relação candidato/vaga e, ao mesmo tempo, termos mais candidatos aprovados na segunda fase. Isso contribuirá para que os candidatos se sintam mais confiantes”, disse.

Inclusão

A comissão que organiza o vestibular decidiu não abrir o sistema de ingresso pelo Enem por conta do calendário do exame nacional, incompatível com o processo do vestibular. Ao usar o Enem, a universidade permite que candidatos que não têm acesso ao vestibular possam concorrer.

Mesmo sem o ingresso pelo Enem, Freitas Neto afirma que o processo deste ano garante as políticas de inclusão de estudantes de baixa renda, além de candidatos pretos.

Segundo ele, o Programa de Ação Afirmativa para Inclusão Social (Paais), tradicionalmente, representa cerca de 30% dos aprovados vindos de escola pública. “Com os 15% de vagas adicionais que eram reservadas ao Enem, mais o ProFIS, vagas olímpicas e o grupo de indígenas esperamos cumprir a meta de 50% ou chegar muito próximo a esse número”.

“Estamos também atentos com a questão das disparidades educacionais e essas vagas [Enem] migram como reserva para estudantes de escola pública e auto-declarados pretos e pardos”.

Já em relação às cotas étnico-raciais, o diretor explicou que os percentuais do vestibular e do Enem serão agrupados e vão totalizar 25% das vagas, sendo que parte é também para alunos de escola pública.

Dos cerca de 17 mil candidatos que concorrem a uma vaga na universidade pelo Enem, quase 12 mil também estavam inscritos para o vestibular da Unicamp, o que representa 70%. “Por essa perspectiva, consideramos que não haverá um prejuízo para os estudantes que venham de escola pública e outras partes”.

“O principal prejuízo será sim com aqueles que estão em regiões muito remotas, porém, por essa correspondência de 70%, estamos falando em quase cinco mil estudantes. Nós tivemos que fazer uma escolha difícil, mas necessária e responsável”, define o diretor da Comvest. Fonte: G1

 

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