TRISTE NOTÍCIA para o Salário Mínimo, saiu o novo aumento GERAL de preços

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram no mês

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,84% em fevereiro deste ano. Na comparação com o mês anterior, o indicador acelerou, visto que sua variação havia sido de 0,53% em janeiro. A propósito, o IPCA é a inflação oficial do Brasil.

A saber, a inflação é um aumento geral nos preços de bens e serviços em uma economia.

Sendo assim, quando o nível geral de preços aumenta, o dinheiro compra menos bens e serviços. É o que está acontecendo neste momento.

De acordo com o IBGE, o principal objetivo do IPCA é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos”.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações no dia 10 de março.

Aliás, o resultado veio levemente acima do esperado pelos analistas do mercado financeiro, cuja média das projeções apontava para uma inflação de 0,78% em fevereiro.

Com o acréscimo deste resultado, a variação acumulada pelo IPCA nos últimos 12 meses perdeu um pouco de força, passando de 5,77% para 5,60%.

Embora tenha recuado no acumulado anual, a taxa continua acima da meta central definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2023, de 3,25%.

No entanto, vale destacar que a taxa poderá desacelerar ainda mais ao longo do ano.

Aumento dos preços segue disseminado no país

O IBGE revelou que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta em seus preços em fevereiro, assim como ocorreu no mês anterior.

O principal destaque foi o grupo educação, cuja forte variação impactou de maneira mais significativa a inflação no Brasil no mês passado.

Confira abaixo a variação registradas pelos grupos pesquisados pelo IBGE:

  • Educação: 6,28%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,26%
  • Comunicação: 0,98%
  • Habitação: 0,82%
  • Despesas pessoais: 0,44%
  • Transportes: 0,37%
  • Alimentação e bebida: 0,16%
  • Artigos de residência: 0,11%
  • Vestuário: -0,24%

O IBGE revelou que o grupo educação exerceu o maior impacto no IPCA em fevereiro, influenciando a inflação em 0,35 ponto percentual (p.p.).

Em resumo, os preços do grupo dispararam devido aos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.

Inclusive, os destaques ficaram com os cursos regulares, cujos preços saltaram 7,58% no mês, impulsionados por ensino médio (10,28%), ensino fundamental (10,06%), pré-escola (9,58%) e creche (7,20%).

No grupo, o maior impacto individual veio do subitem ensino fundamental, que influenciou o IPCA em 0,15 p.p.

Também houve altas do ensino superior (5,22%), cursos técnicos (4,11%) e pós-graduação (3,44%).

“Fevereiro é sempre muito marcado pela educação, pois os reajustes efetuados pelos estabelecimentos de ensino na virada do ano são contabilizados nesse mês. Normalmente, essa alta de educação fica indexada ao próprio IPCA, ou seja, o reajuste das mensalidades é baseado na inflação do ano anterior”, explicou Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.

Outros grupos também se destacam

O grupo que exerceu o segundo maior impacto na inflação em fevereiro foi o de saúde e cuidados pessoais, contribuindo com 0,16 p.p. da alta do IPCA no mês.

Em suma, os preços dos itens de higiene pessoal subiram 2,80%, impulsionando o grupo.

Ao mesmo tempo, os perfumes, cujos preços tinham caído 5,86% em janeiro, ficaram 7,50% mais caros em fevereiro, contribuindo com 0,08 p.p. no índice do mês.

Já o terceiro maior impacto em fevereiro foi exercido pelo grupo habitação, que contribuiu com 0,13 p.p da alta do IPCA. A saber, a principal influência veio da energia elétrica residencial (1,37%), que impulsionou em 0,05 p.p. a inflação no Brasil no mês.

Essa foi a mesma influência exercida pela gasolina, de 0,05 p.p. em fevereiro. O combustível foi o único a subir no mês (1,16%), exercendo maior impacto que a soma das quedas registradas pelo etanol (-1,03%), pelo gás veicular (-2,41%) e pelo óleo diesel (-3,25%).

Inflação sobe em todos os 16 locais pesquisados

Em fevereiro, o IPCA subiu em todos os 16 locais pesquisados registraram aumento no preço dos produtos e serviços.

O avanço disseminado mostra que os brasileiros tiveram que gastar ainda mais em fevereiro para adquirir itens ou contratar serviços, em comparação a janeiro.

Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em fevereiro:

  • Curitiba: 1,09%
  • Recife: 0,99%
  • Vitória: 0,92%
  • São Paulo: 0,92%
  • Aracaju: 0,88%
  • Belém: 0,86%
  • Goiânia: 0,85%
  • Salvador: 0,81%
  • Belo Horizonte: 0,81%
  • Porto Alegre: 0,75%
  • Fortaleza: 0,73%
  • São Luís: 0,65%
  • Rio Janeiro: 0,65%
  • Campo Grande: 0,54%
  • Brasília: 0,48%
  • Rio Branco: 0,44%

O grande destaque em fevereiro foi Curitiba, que liderou o ranking nacional, após registrar a menor taxa entre todos os locais pesquisados em janeiro.

Na capital paranaense, as altas dos cursos regulares (5,97%), da gasolina (3,37%) e da energia elétrica residencial (5,94%) impulsionaram a inflação no mês.

“Já a menor variação foi registrada em Rio Branco (0,44%), influenciada pela queda de 2,04% da energia elétrica residencial”, informou o IBGE.

Grupo vestuário limita alta da inflação

No mês passado, apenas o grupo vestuário teve uma variação negativa, assim como ocorreu em janeiro.

A queda de 0,24% nos preços dos produtos e serviços relacionados ao grupo impactou o IPCA em -0,01 p.p., ou seja, não exerceu uma influência tão significativa assim.

De toda forma, esse foi o único grupo a registrar queda dos preços no mês, limitando levemente a inflação no país.

Vale destacar que os preços do grupo vestuário recuaram pelo segundo mês, após 23 altas consecutivas.

Aliás, antes de 2023, a última vez que o grupo tinha fechado um mês em queda foi em janeiro de 2021, quando os preços recuaram 0,07%. “Esse grupo vinha apresentando sucessivas altas há muito tempo.

É natural, portanto, que os preços comecem a baixar”, disse Pedro Kislanov.

Por fim, os itens que mais caíram em fevereiro, puxando a variação do grupo para baixo, foram as roupas masculinas (-0,58%) e femininas (-0,45%) e as joias e bijuterias (-0,72%).

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