RJ: Professores da rede privada mantêm greve e não voltam às aulas presenciais

De acordo com sindicato, faltam comprovações da área da saúde para retorno seguro

Ainda não há previsão para retorno das aulas presenciais em escolas privadas do Rio de Janeiro. Em assembleia virtual neste sábado (3), os professores decidiram pela manutenção da greve pelo terceiro mês consecutivo.

Desse modo, o ensino remoto se manterá nas instituições particulares dos municípios do Rio de Janeiro, de Itaguaí, de Paracambi e de Seropédica.

De acordo com os professores, por enquanto não há garantia das autoridades da Saúde para que as aulas presenciais retornem com com segurança. Segundo eles falta rigidez nos protocolos de segurança.

No próximo dia 10 de outubro ocorre uma nova assembleia da categoria para discutir uma posição acerca do retorno ou não.

Professores demitidos e apoio psicológico

Outros temas em pauta foram a prorrogação do prazo de inscrição do Fundo Emergencial Solidário, para o apoio de professores demitidos, assim como a Rede de Apoio em Saúde Mental para Educadores/as (Reame).

De acordo com o presidente do Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro (Sinpro-Rio), Oswaldo Teles, os professores vivem o atual momento com uma luta muito inglória.

“Voltar às aulas é colocar em risco as vidas de professoras e professores, estudantes, pais e responsáveis, familiares e toda a sociedade”, afirmou.

Para Teles, até o momento, nenhum órgão científico indicou que há segurança para a volta em plena pandemia.

“Vivemos uma greve totalmente diferente, pois nos mantemos trabalhando com o ensino remoto e em greve pela vida, contra a volta às aulas presenciais nas escolas”, observou.

Posição do sindicato da rede particular

O presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Rio Janeiro (Sinepe Rio), José Carlos da Silva Portugal, divulgou nota aos associados que a justiça autorizou o retorno às aulas presenciais. Também ressaltou que poderia haver a manutenção do ensino remoto. Ou seja, a decisão cabia a cada escola.

“A responsabilidade da manutenção dessa volta depende da forma com que cada um de nós retornará”, observou.

De acordo com o diretor do Sinepe Rio, Lucas Werneck, a decisão da assembleia de manter a greve não mudará a situação que ocorre nos municípios. Segundo ele, a participação dos professores, pela determinação da justiça, deve ocorrer voluntariamente.

“Acreditamos que não vá causar nenhuma mudança, porque o retorno é de forma gradual e por parte dos professores é um retorno voluntário. Aqueles que não se sentirem confortáveis para voltar nesse momento já poderiam não voltar. Não haveria necessidade da greve. A greve é pela atividade presencial e não pela atividade letiva. Então, não acredito em nenhuma mudança em função da manutenção da greve”, afirmou Werneck em entrevista à Agência Brasil.

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