A arrecadação federal no primeiro semestre de 2022 alcançou o patamar de R$1,089 trilhão, o maior valor da série histórica para o período. Além disso, os impostos e contribuições federais em junho, somaram R$ 181,040 bilhões.
Este valor, sem contar com inflação, apresenta uma alta de 17,96%, ao ser comparado com o mesmo período do ano passado. Todavia, é uma arrecadação expressiva, que superou várias previsões para o período, como por exemplo, a Projeção Broadcast, de R$175,106 bilhões.
Ao se comparar com maio, o recolhimento de impostos teve um aumento de 8,77%, considerada a maior arrecadação para o período. Desse modo, em relação ao ano, também houve um recorde, o valor de R$1,089 trilhão representa um crescimento de 11% ao ser comprado com o primeiro semestre de 2021.
O governo fez várias concessões no início do ano, principalmente relacionadas à redução do ICMS de vários produtos e serviços, o que ocasionou em uma renúncia fiscal de R$ 39,630 bilhões para o início do ano, maior que o de 2021 que foi de R$31,753 bilhões. Em suma, se formos contar o mês de junho, houve uma desoneração de R$10,057 bilhões.
Aumento expressivo na arrecadação
O Banco Central afirmou que algumas das causas para o aumento recorde de arrecadação se deve ao fato de que houve um crescimento dos recolhimentos do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Tanto o IRPJ quanto a CSLL contribuíram com R$34,2 bilhões, o que representa um aumento real de 37,47%. Outra contribuição para o crescimento da arrecadação federal está relacionado a pagamentos excepcionais de cerca de R$ 6 bilhões por companhias relacionadas ao setor de commodities.
Ao observar o acumulado do ano, o IRPJ e a CSLL arrecadaram R$258,5 bilhões, totalizando um crescimento de 21,54%. Uma das razões para esse aumento foi que houve um acréscimo de valores relacionados a declaração do IRPJ e CSLL, em decorrência de um ajuste sobre a arrecadação de 2021. Além disso, também houve um acréscimo de 19,32% na estimativa mensal.
No período de janeiro a junho deste ano houve um recolhimento considerado atípico com valores beirando os R$26 bilhões. Quem se destacou foram as empresas de commodities, com um aumento exponencial de arrecadação.
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Cofins Pis/Pasep
A respeito do Cofins Pis/Pasep, eles tiveram uma arrecadação conjunta em junho de R$34,2 bilhões, um aumento de 11,8%. No entanto, houve uma diminuição de 0,7% relacionada ao volume de vendas no período, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PME-IBGE).
Já a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), também realizada pelo instituto, mostrou que houve no período de maio de 2021 a maio de 2022, um aumento de 9,2% no volume de serviços em todo o país, puxado pelo setor de combustíveis e do comércio varejista.
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Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF)
O IRRF Rendimentos de Capital arrecadou cerca de R$15,2 bilhões, o que é considerado um aumento de 97,42%. Em síntese, nos últimos seis meses, a sua arrecadação foi de R$43,9 bilhões, o que é um crescimento expressivo, de 62,82%.
Já a Receita Previdenciária, teve um recolhimento de R$44,5 bilhões, um aumento de 10,8%. Esse dado é relativo ao aumento real de 4,01% da massa salarial e pela boa performance da arrecadação do Simples Nacional relativo ao período de junho de 2021. Aliás, em um ano, a Receita acumula uma arrecadação de R$261,2 bilhões, com um crescimento de 6,52%.
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Arrecadação recorde
Em entrevista, o Ministro da Economia Paulo Guedes, afirmou que a alta do recolhimento dos impostos, está relacionada ao imposto pago sobre o lucro das empresas. Para ele, o crescimento já era esperado, visto que houve uma melhora da economia brasileira nos últimos tempos.
Para Guedes, o recorde de arrecadação dos últimos seis meses confirma as previsões de que a economia brasileira iria surpreender. Eles começaram o ano de 2022 com um prognóstico de que o PIB teria uma queda de 1,5%. Isto não aconteceu, pelo contrário, a projeção é que haja um crescimento de 2%.