O reajuste salarial médio obtido nas negociações salariais em março deste ano chegou ao mesmo patamar do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado dos últimos 12 meses, a 10,8%.
Segundo boletim mensal da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), sobre o Salariômetro, atividade que disponibiliza informações sobre as ofertas de emprego no país , o mês de março repetiu os padrões de reajuste salarial dos últimos 12 meses, com aumento real médio nulo ou negativo.
Além disso, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada em maio, a renda habitual do trabalhador caiu 8,8% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, isso comparando com o mesmo período do ano anterior. A pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informa que o valor passou de R$ 2.752 em fevereiro de 2021 para R$ 2.511 um ano depois.
Empregos gerados no país
Na pesquisa de renda do PNAD Contínua, foi demonstrado que a taxa de desemprego no país atingiu 11,2% no período. Além disso, um dado importante é que o número de desempregados no Brasil já chega a 12 milhões de pessoas. Mesmo com a taxa de desocupação recuou 3,4 pontos percentuais em 1 ano, o que representa 2,9 milhões de pessoas desempregadas a menos no período.
A pesquisa também informa que, mesmo com o reajuste salarial aparentando bons sinais, os empregados com carteira assinada no setor privado aumentaram em 1,1% em relação ao trimestre anterior. Além disso, a mesma fatia chegou a 9,4% na comparação anual (ou seja, com o trimestre encerrado em fevereiro de 2021).
Em contrapartida, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior, mesmo tendo uma alta de 18,5% no ano.
Em outro momento, os trabalhadores por conta própria caíram na comparação com o trimestre anterior (-1,9%), mas subiu na comparação anual (8,6%), enquanto a quantidade de trabalhadores domésticos manteve estabilidade na comparação trimestral e subiu 20,8% no ano.
Já com relação a taxa de informalidade no país, essa foi de 40,2% da população ocupada, ou 38,3 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido de 40,6% e, no mesmo trimestre do ano anterior, 39,1%.
Detalhes do Boletim da Fipe sobre reajuste salarial
O boletim divulgado de reajuste salarial informa que, de cada seis negociações, só uma resultou em aumento real acima do INPC, motivo esse que trouxe a proporção de reajuste salarial acima do índice de 16,1%. Já a proporção de reajustes abaixo do INPC foi de 49,9%, enquanto as negociações em que se obtiveram aumentos iguais ao índice foi de 34,1%. A proporção de reajustes médios foi de 10,1%.
Em outro momento o informativo sobre o reajuste salarial concluiu que o regime de trabalho híbrido é um tema com espaço crescente na negociação coletiva. As cláusulas mais frequentes nos acordos e nas convenções coletivas no primeiro trimestre de 2022 foram o controle de jornada, que aparece em 50,6% dos acordos coletivos e em 1,5% das convenções coletivas.