Projeto de hidrogênio verde do governo de SP utiliza tecnologia para abastecer veículos (Entenda!)

Iniciativa tem relação com a transição enerrgética e a sustentabilidade

O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases do Efeito Estufa (RCGI), com sede na Escola Politécnica da USP e com apoio do governo de São Paulo, irá lançar a primeira estação do mundo com abastecimento de hidrogênio verde. Todavia, o projeto é inovador, se apoia em novas tecnologias, e contribui para a transição energética.

A princípio, essa iniciativa do RCGI junto ao governo de SP pode ser considerada atualmente como sem precedentes, ou seja, o projeto está na dianteira e pode ser utilizado como modelo em outras ações de sustentabilidade. Vale ressaltar que a produção do  hidrogênio verde para a estação será a partir do etanol.

A saber, a planta-piloto da estação ocupará uma grande área, de cerca de 425 metros quadrados e estará localizada na Cidade Universitária, na capital. O local receberá alguns reservatórios de etanol e hidrogênio, um laboratório, sala de controle e um reformador para produzir 4,5 quilos de hidrogênio verde a partir do etanol.

Desse modo, a iniciativa do RCGI junto ao governo de São Paulo foi lançada no último dia 10 de agosto na capital do estado. O governador Tarcísio Freitas (Republicanos), participou da cerimônia. A estimativa oficial é a de que a estação de combustível esteja em operação no final do primeiro semestre do ano que vem.

Hidrogênio verde

O RCGI é um centro de pesquisa que possui um financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Seus projetos também possuem apoio de organizações do setor energético e automotivo. Suas pesquisas possuem como foco principal inovações relativas ao Acordo de Paris.

Em síntese, o Acordo de Paris é um tratado internacional sobre às mudanças climáticas e teve uma adoção em todo o mundo no ano de 2015. Vale ressaltar que o Brasil na época assumiu o compromisso de financiar iniciativas de sustentabilidade, em busca de reduzir exponencialmente o aumento da temperatura global.

Neste momento, o RCGI trabalha no desenvolvimento de 50 projetos com o auxílio de 530 pesquisadores vindos dos setores público e privado. Deve-se observar que o programa da estação de combustível de hidrogênio verde não possui objetivos comerciais. Aliás, os investimentos da iniciativa ultrapassam os R$182 milhões.

O projeto da parceria entre o governo de São Paulo e o RCGI tem como objetivo aprimorar a eficiência da produção de hidrogênio verde considerando um cenário onde haja uma inovação tecnológica no mercado. Em suma, espera-se que haja no futuro, uma utilização desse tipo de estação de combustível em larga escala.

Estação de hidrogênio verde
Estação de hidrogênio verde/Fonte: Governo do Estado de São Paulo

Nova tecnologia

A nova estação de combustível sustentável, que irá produzir o hidrogênio verde, terá em sua composição, um reformador a vapor. Ele deverá converter o etanol líquido em hidrogênio, através de uma reação termoquímica. Dessa maneira, ela é feita a partir de uma alta temperatura aproximada de 700 Graus Celsius.

É importante mencionar que esse processo químico se chama reforma a vapor. Depois que o etanol líquido é submetido a uma temperatura alta e uma grande pressão, o combustível então reage com a água e produz o hidrogênio verde. O reformador também purifica o mesmo, através de um outro tipo de tecnologia.

Dessa forma, o desenvolvimento dessa tecnologia inovadora foi é responsabilidade de uma outra empresa parceira da iniciativa entre o governo do estado de São Paulo e o RCGI. Enfim, uma outra organização privada irá fornecer o combustível etanol necessário para a produção de cerca de 108 quilogramas do hidrogênio verde diariamente.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), oferecerá um suporte ao projeto para que se otimize o funcionamento do reformador do etanol. Enquanto a estação experimental funcionar, os pesquisadores envolvidos deverão tornar válidos os cálculos relativos às emissões e custos da produção do hidrogênio verde.

Projeto de sustentabilidade

Julio Meneghini, diretor executivo e científico do RCGI, sobre a nova estação experimental de hidrogênio verde, diz que “Nossa estimativa no momento é que o custo da produção de hidrogênio a partir de etanol será muito competitivo quando comparado ao custo do hidrogênio de reforma do gás natural no contexto brasileiro”.

Em conclusão, uma das principais vantagens da produção do hidrogênio verde, é a de que haverá uma maior facilidade no transporte do combustível e seu baixo custo. Além disso, o abastecimento de um ônibus com hidrogênio é mais rápido, o veículo fica leve, e seu recarregamento se dá em apenas cinco minutos.

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