Por conta da desvalorização do real frente ao dólar, bem como pelo poder de compra dos brasileiros, tem se tornado cada vez mais difícil adquirir um veículo 0km no Brasil. Além disso, os carros 0km em 2021 encontravam-se bem mais caros do que os mesmos modelos de veículo no ano anterior.
A alta no valor dos preços de automóveis vale para todas as categorias de compra, inclusive ao oferecer um carro de entrada (segmento de venda mais sensível a preço no mercado brasileiro).
Veja a diferença nos preços entre um ano e outro
A Tabela Fipe foi criada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e é reconhecida por divulgar o valor médio no mercado de veículos brasileiros. Entre os veículos analisados pela Tabela Fipe estão os carros, motos e caminhões, sejam eles novos, seminovos e até mesmo usados. A tabela serve de parâmetro para negociações e avaliações de automóveis no país. Confira a tabela atualizada de alguns modelos 0km:
Modelo do veículo | Preço 0 km em novembro de 2020: | Preço 0 km em novembro de 2021: |
Renault Kwid Life | R$ 37.158 | R$ 49.698 |
Hyundai HB20 Sense | R$ 48.848 | R$ 63.299 |
Fiat Mobi Easy | R$ 37.392 | R$ 48.340 |
Volkswagen Gol 1.0 flex | R$ 51.406 | R$ 65.735 |
Chevrolet Onix Joy Black | R$ 55.716 | R$ 63.780 |
Venda de carros usados durante o ano de 2021
De acordo com a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), durante o ano de 2021 foram comercializados 15,1 milhões de carros usados no Brasil. Desse modo, a venda de veículos usados e seminovos cresceu 17,8% no ano, o maior crescimento da história do setor.
Em média, o setor de venda de carros usados registra uma expansão de 3% a 4% ao ano. Para especialistas, a alta na venda de carros usados tem relação direta com a falta de chips para a produção de veículos 0km, que fez com que a indústria brasileira deixasse de produzir pelo menos 300 mil veículos durante o ano de 2021.
“No ano passado, quando havia fila de até seis meses para receber alguns modelos de carro zero, os seminovos do mesmo modelo chegaram a ficar mais caros que os zero quilômetro no primeiro semestre” informou Everton, da Fenauto.
Especialistas no assunto ainda acreditam que a falta de chips para a produção de veículos 0km deve se prolongar até o ano de 2023, por conta da diferença entre oferta e demanda. Por conta disso, o preço de veículos seminovos deve sofrer um impacto até lá. Vale mencionar que entre 2020 a 2022, a ampliação da capacidade produtiva dos fabricantes de veículos automotores é de 6%, enquanto a demanda tem uma alta de 17%.
“A falta de componentes deve se estender até 2023. Muitas empresas estão expandindo a capacidade de produzir chips, mas a demanda por carros novos está reprimida no Brasil e no mundo” disse Antônio Jorge, da FGV sobre a produção de veículos 0km no país.