Posto Ipiranga afirma que não vai comprar vacinas para seus funcionários

No meio das discussões sobre a possibilidade de compra da vacina contra a Covid-19 por empresários, a empresa Ultrapar decidiu se pronunciar. De acordo com a gerência, não há a menor possibilidade de se comprar imunizantes apenas para os seus funcionários neste momento.

Em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, o Presidente do conselho de administração da Ultrapar, Pedro Wongtschowski, disse que isso não seria correto. “Sou contra (a compra de vacinas por empresas privadas). Quem tem que comprar o imunizante é o estado. Não pode haver competição”, disse ele.

A Ultrapar é a empresa que engloba uma série de marcas como Ipiranga, Ultragaz e Extrafarma. Dessa forma, dá para dizer que os empregados desses locais não irão receber as doses contra a Covid-19 no trabalho. Isso porque os gerentes não querem fazer essa compra.

Outros empresários concordam com essa posição da Ultrapar. O acionista da Klabin, Horácio Lafer Piva, disse que essa compra pelas empresas privadas não pode acontecer. “Sendo uma pandemia, um evento público, eu advogo que ajudemos com insumos e logística, mas não nos envolvamos em compra e aplicação, exceto esta última usando a rede pública e privada para o ato final”, disse ele.

O cofundador da Natura, Guilherme Leal, disse que também é contra essa compra pelas empresas privadas. “Acho um absurdo furar fila porque a empresa é mais ou menos poderosa em relação a outras tantas empresas que não fazem isso. Não faz sentido nenhum”, disse ele.

Empresas e vacinas

Alguns dos grandes empresários brasileiros disseram que querem comprar as vacinas contra a Covid-19 para poder aplicar nos seus funcionários. A ideia deles é portanto comprar algumas doses e doar uma parte para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Quem pensa assim, por exemplo, é o empresário Luciano Hang, que é dono da Havan. Outro nome que pede ao Governo essa liberação é Carlos Wizard. Para eles, o melhor é o Governo liberar logo essa compra pelas empresas para que eles vacinem os seus funcionários.

Com isso, eles acreditam que poderão retomar as atividades normalmente. Dessa forma, eles esperam se blindarem de novos possíveis fechamentos do comércio e dos serviços não essenciais. No entanto, até agora não há uma sinalização do Governo sobre isso.

Empregados na pandemia

No mundo jurídico, há uma certa confusão sobre a vacinação de empregados. Parte dos especialistas em direito do trabalho acredita que os empregadores podem obrigar os seus funcionários a tomarem imunizante contra a Covid-19 se quiser continuar trabalhando.

Há quem diga, por exemplo, que esses empregadores possuem o direito de demitir o funcionário que decidir não se vacinar contra a doença. No entanto, esse é um ponto polêmico. Alguns advogados dizem que mesmo com a negativa, isso não seria motivo para uma demissão.

O Governo Federal começou a vacinação contra a Covid-19 desde o último mês de janeiro. No entanto, esse processo ainda está lento no país. Em entrevistas, membros do Ministério da Saúde dizem que a campanha deve acelerar nas próximas semanas.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.