Pobreza menstrual: Estudo revela que 1 a cada 5 jovens deixa de ir à escola por falta de absorvente

Estudo realizado pelo Projeto Novo Ciclo revela que pelo menos menos 20% de estudantes com idade entre 14 e 24 anos que menstruam já deixaram de ir à escola por falta de absorvente. Entre os jovens pretos, com renda de até dois salários mínimos, o índice é de 24%. 

O Projeto Novo Ciclo é uma iniciativa da Espro (Ensino Social Profissionalizante) em parceria com a Inciclo, marca de coletores menstruais. 

Ao todo, o levantamento foi feito com a participação de 2.930 pessoas que menstruam e 805 que não menstruam. De acordo com o estudo, a margem de erro é de 2% e o índice de confiabilidade da pesquisa é de 99%. 

O maior índice foi registrado entre as pessoas que têm renda de até 1 salário mínimo. Entre esses jovens, são 30% que deixam de ir à escola no período menstrual. Desse modo, o levantamento revela que a pobreza menstrual afeta a frequência escolar de boa parcela dos jovens que menstruam.

Pobreza menstrual

A pobreza menstrual consiste na falta de acesso de meninas, mulheres e homens trans a produtos básicos para manter uma boa higiene no período da menstruação. O termo não se restringe somente à falta de dinheiro para comprar absorventes e papel higiênico, mas abarca também a falta de infraestrutura para a higiene pessoal e saneamento básico.

Desde 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece que a higiene menstrual é um direito humano. No entanto, nem sempre esse direito é garantido pelas autoridades.

De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 700 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em suas casas. Além disso, cerca de 4 milhões não têm acesso a itens básicos de cuidados menstruais, como absorventes. 

O presidente Jair Bolsonaro chegou a vetar no ano passado um projeto de lei que estabelecia a distribuição gratuita de absorventes íntimos. O PL 4.968/2019 prevê a distribuição em escolas públicas, para moradores de rua, presidiárias e outras vulneráveis socioeconomicamente. No entanto, a decisão de Bolsonaro repercutiu mal e o Congresso deve atuar para derrubar o veto ao PL.

“Nos próximos dias o Congresso se reunirá para votar uma série de vetos presidenciais, entre eles o de número 59, que trata da lei da Dignidade Menstrual. Derrubar esse veto é um compromisso nosso e de todos que lutam pela vida e pelos direitos das brasileiras”, afirmou a deputada federal Marília Arraes (PT-PE) em seu Twitter nesta segunda-feira (7).

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