Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou nesta quarta-feira (26) que o PIX, sistema de transferências instantâneas do BC, pode se tornar uma ferramenta de identidade digital em um futuro próximo.
Campos Neto concedeu uma videoconferência para o canal “My News” em relação ao PIX, na qual comentou que, na atual indústria financeira, a junção entre a mídia social e o mundo financeiro “é muito mais poderosa” do que a união entre fintechs e instituições financeiras tradicionais.
Para o presidente do Bacen, em relação ao PIX se tornar uma ferramenta de identidade digital, o tema central futuro será a regulação e o papel do Banco Central nesse processo de transformação. “Lembrando que o grande ativo do futuro, que é dado, não é nem taxado”.
Novas modalidades para o recurso
O Banco Central está propondo duas novas modalidades para o PIX, que estão em consulta pública até o dia 9 de junho, a qual pode ser consultada no site do BC. As novas funções propostas são: o PIX saque e o PIX Troco.
Através do PIX Saque será possível realizar saques de dinheiro vivo através do PIX. O usuário transfere o valor desejado para um estabelecimento que ofereça a função, e recebe o valor em dinheiro na hora. O mesmo serve para o PIX Troco, para receber o troco de compras realizadas no estabelecimento.
Segundo a proposta definida pelo Bacen, quatro operações gratuitas poderão ser realizadas no mês utilizando as novas modalidades, ou seja, a partir da quinta será cobrada uma taxa. O limite da quantia que o cliente pode sacar por dia foi definido em R$500.
“A partir da quinta transação, as instituições financeiras ou de pagamentos detentoras da conta do sacador poderão cobrar uma tarifa pela transação. Os sacadores não poderão ser cobrados diretamente pelos agentes de saque”, informou o BC.
“Todas essas regras estão sendo submetidas a contribuições da sociedade (por meio da consulta pública) e serão aperfeiçoadas após o processamento das sugestões recebidas”, completou a instituição.
PIX Cobrança
O processo de transformação do PIX em uma ferramenta de identidade digital vem se firmando à medida que o Banco Central o complementa com novas funções. Além das duas novas funções anteriormente citadas, que ainda estão em processo de consulta pública, o PIX também recebeu a função Cobrança, que já foi implementada.
Desde o dia 14 deste mês, o PIX Cobrança já está disponível para usuários de todo o Brasil. Através dele, é possível realizar pagamentos com data de vencimento, parecido com um boleto, acessado através de um QR Code.
O PIX Cobrança permitirá que lojistas, fornecedores, prestadores de serviços e microempreendedores emitam um QR Code para transações que serão cobradas em uma data futura. A princípio não é obrigatório fornecer o pagamento em datas futuras, apenas a emissão de um QR Code para pagar compras realizadas na hora.
Em suma, o Banco Central explicou em nota que “esse é um período transitório, que dá às instituições um tempo adicional para finalizar as adequações nos sistemas. A partir de 1º de julho, todos os participantes precisam ser capazes de fazer a leitura do QR Code e possibilitar o pagamento para data futura”, ou seja, a oferta do PIX Cobrança ainda é facultativa aos participantes.