De acordo com o levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de pequenos negócios que fabricam produtos derivados de chocolate aumentou consideravelmente durante a pandemia de covid-19. No dia 17 de abril será comemorada a Páscoa, considerada o melhor momento para as vendas neste setor, sendo essa uma grande oportunidade para os pequenos negócios.
Segundo a entidade, em 2021 a abertura de novos negócios na área aumentou 57% ao comparar com o resultado de 2019. Os dados foram obtidos a partir da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que é formalizada pelos empreendedores no momento da abertura dos negócios.
Páscoa cada vez mais cara
Em uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP, divulgada no dia 1°, mostra que o consumidor deve ficar atento aos preços durante a Páscoa. Foi observado que os valores de caixas de bombons, ovos e tabletes de chocolate podem variar até 224%.
De acordo com o levantamento, o chocolate Meio Amargo 40% de 92 g da Hershey’s foi encontrado em um estabelecimento pelo valor de R$ 12,46 e, em outro, a R$ 3,85. Diferença de R$ 8,61 em valor absoluto, ou 223,64%, o que pode ocasionar um grande prejuízo ao consumidor que não se atentar adequadamente.
Com relação às caixas de bombons, a discrepância encontrada também foi exorbitante, com 96,54% de diferença: a caixa de Sortidos Garotices de 250g da Garoto custava R$ 16,49 em uma loja e, em outra, R$ 8,39, diferença de R$ 8,10 em valor absoluto.
Já no caso do foco da páscoa que são os ovos de chocolate, a maior diferença encontrada foi de 144,65% no Ferrero Rocher de 365 g. Em um estabelecimento, o preço encontrado foi de R$ 178,35 e, em outro, R$ 72,90. Em valor absoluto, a diferença foi de R$ 105,45.
Negócios com chocolate.
A pesquisa revela que o número de empresas abertas no setor de chocolates foi maior do que o fechamento de firmas por três anos seguidos. Somente em 2021, foram registradas 2.397 aberturas e 883 encerramentos. A maioria dos negócios (2.319) foram abertos por microempreendedores individuais (MEIs). Os demais envolvem microempresas (72) e empresas de pequeno porte (6).
Além disso, os dados demonstram que 42% dos empreendedores venderam mais em 2020, no primeiro ano da pandemia do que em relação a 2019. De acordo com o Sebrae, o setor de chocolates atrai microempreendedores por ser uma área que não exige formação profissional prévia.
Uma característica muito importante para o setor é o fato de não haver necessidade de máquinas sofisticadas, além da matéria-prima ser de fácil acesso para a população. Além disso, é um setor caracterizado pela facilidade em empreender, seja por necessidade ou por oportunidade.
De acordo com a analista de competitividade do Sebrae, Mayra Viana, este crescimento do setor está relacionado à falta de barreiras para entrada no mercado. “Temos um contingente de empreendedores que normalmente elaboram ovos e bombons a partir da barra de chocolate comprada pronta, em sua própria casa, sem grande necessidade de máquinas e equipamentos”, disse.
O Sebrae também oferece dicas para o microempreendedor alavancar seus negócios na Páscoa. A entidade sugere o investimento em kits e cestas, antecipação do período de encomendas pelas redes sociais, apostas em embalagens que facilitem o transporte e também o planejamento da produção e logística.