Novo Congresso pode barrar auxílios? especialistas comentam

Novo Congresso pode barrar auxílios sociais? especialistas comentam

De acordo com analistas do mercado financeiro, novo presidente terá mais dificuldades de aprovar alguns auxílios sociais com novo Congresso

O segundo turno das eleições presidenciais só acontecerão no próximo dia 30 de outubro, mas 25 dias antes da data já é possível afirmar que o presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu maioria no Congresso Nacional. Diante deste fato, algumas pessoas podem se perguntar o que acontecerá com as promessas de aumento e de criação de novos auxílios para a população mais pobre.

Em regra geral, membros do mercado financeiro avaliaram que a nova composição do Congresso Nacional é conservadora e liberal na economia. Isto posto, é possível afirmar que o presidente eleito este ano terá mais dificuldades para conseguir aprovar pautas como a manutenção do Auxílio Brasil, por exemplo, que representam um aumento nos gastos públicos.

O ex-presidente Lula (PT)  vem dizendo que poderá manter o valor do Auxílio Brasil, bem como pagar o adicional de R$ 150 por criança de até seis anos. Para tanto, ele afirma que será preciso remover o teto de gastos públicos. Trata-se da lei que obriga o Governo a não ultrapassar um limite de despesas, mesmo com o pagamento de benefícios sociais.

O chefe de pesquisa da Guide Investimentos, Fernando Siqueira, disse em entrevista para o jornal Valor Econômico que Lula poderá ter dificuldades. De acordo com ele, é possível que ele consiga aprovar projetos como o aumento do valor do Auxílio Brasil e até mesmo o aumento real anual do salário mínimo, mas ele poderia encontrar dificuldades para aprovar outras pautas como as alterações prometidas no Fies e no Prouni.

Este horizonte ajuda a explicar o porquê de o dólar ter caído 4,91% ante o real desde o primeiro turno. O Ibovespa subiu 5,62% e o risco-país baixou 7,93%. Os números mostram que a avaliação do mercado é de que qualquer que seja o presidente eleito, haverá mais dificuldades para conseguir aprovar benefícios maiores para a população mais pobre.

O teto de gastos

Vale lembrar que a discussão em torno do teto de gastos é fundamental para o futuro do Auxílio Brasil no país. Hoje, a avaliação geral do mercado financeiro é de que não será possível manter o saldo neste patamar de R$ 600 em 2023 considerando as atuais regras de limite de despesas.

Seja quem for eleito este ano, terá que fazer mudanças no teto de gastos, caso queira manter o Auxílio Brasil na casa dos R$ 600. Nesta semana, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, se encontrou com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) para tratar deste assunto.

Do lado do ex-presidente Lula (PT) há uma leve sinalização de que o teto de gastos pode não ser extinto, desde que o Governo consiga gastar mais dentro da área social. Ele deu esta sinalização em uma reunião com empresários na última semana.

O Auxílio Brasil hoje

Enquanto não há uma definição sobre o Auxílio Brasil para o próximo ano, as liberações de 2022 já estão confirmadas. Este ano, a ideia é pagar os R$ 600 ao menos até dezembro.

Em agosto, o governo do presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional a sua proposta de orçamento para o próximo ano. Oficialmente, o documento indica que os repasses serão turbinados apenas até dezembro. A partir de janeiro de 2023, a indicação é de que os valores caiam para a casa dos R$ 405.

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