Nas últimas semanas, as projeções de analistas do mercado financeiro em relação a indicadores econômicos do Brasil estão cada vez mais positivas. A nova atualização do relatório Focus revelou que a inflação deverá subir menos que o esperado em 2023, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá ter um crescimento ainda mais forte neste ano.
Em resumo. o relatório Focus traz estimativas de analistas de mais de 100 instituições financeiras sobre indicadores econômicos do país. De acordo com a publicação, a inflação no Brasil deverá ficar em 5,12% neste ano. A taxa é bem menor que a projetada na semana passada (5,42%), sendo a quinta redução consecutiva do indicador.
O recuo foi bem expressivo, indicando que os analistas estão otimistas com a atividade econômica do país. Aliás, vale destacar que as estimativas indicavam uma inflação de 5,80% há quatro semanas. Isso mostra o quanto a taxa caiu nas últimas atualizações. A propósito, o termo inflação se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços.
Em resumo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) coleta as variações dos preços e as divulgada mensalmente. A saber, as recentes reduções nas projeções dos analistas vêm acontecendo devido à nova política de preços da Petrobras, que surpreendeu parte do mercado no mês passado.
O anúncio da mudança ocorreu em meados de maio, com a Petrobras também promovendo reduções nos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha no mesmo dia. Segundo a companhia, os reajustes estavam ocorrendo devido à mudança da política de preços.
A propósito, o Banco Central (BC), responsável pelo relatório Focus, divulgou as novas estimativas dos analistas nesta segunda-feira (19). Cabe salientar que, mesmo com a desaceleração, as projeções para a inflação continuam distantes da meta para este ano.
Isso é ruim para o país, que busca uma taxa inflacionária abaixo da meta definida, uma vez que há diversos benefícios quando isso ocorre.
CMN define meta da inflação no Brasil
Em resumo, o Conselho Monetário Nacional (CMN) é o responsável pela projeção de uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
- Maior tranquilidade para investir no Brasil;
- Mais previsibilidade econômica, permitindo um planejamento das indústrias;
- Redução da concentração de renda;
- Maiores chances para o país ter um crescimento econômico sustentável.
Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação no país, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,75% e 4,75%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo superando a meta central de 3,25%.
Como visto no relatório Focus, os analistas ainda não acreditam que o Brasil cumprirá a meta, apesar das recentes reduções. Caso isso realmente aconteça, a inflação irá estourar a meta pelo terceiro ano consecutivo, ou seja, os preços de produtos e serviços vão subir mais que o esperado mais uma vez.
A saber, o Conselho Monetário Nacional é composto por:
- Presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto);
- Ministro da Fazenda (Fernando Haddad);
- Ministro do Planejamento e Orçamento (Simone Tebet).
Estimativas para o PIB brasileiro
O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Nesta semana, o mercado financeiro elevou pela sexta semana seguida as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, de 1,84% para 2,14%.
Aliás, os analistas vêm elevando de maneira recorrente as estimativas para o PIB do país nas últimas semanas, o que indica maior otimismo para este ano. E a decisão da Petrobras ajudou a impulsionar essa taxa, que estava em 1,20% há quatro semanas, ou seja, as projeções para o crescimento da economia brasileira subiram quase 1,0 ponto percentual em um mês.
Ainda assim, o crescimento do PIB brasileiro deverá ser menor que o registrado em 2022, mas vale destacar que essa é a quinta semana que as estimativas superaram 1%. Antes disso, todas as previsões indicavam um crescimento menor ou igual a esse taxa.
Já para 2024, as projeções recuaram de 1,27% para 1,20%, taxa bem inferior a deste ano. Em síntese, o PIB brasileiro deverá crescer com menos intensidade em 2023 e 2024 por causa dos impactos provocados pela pandemia da covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, cujos desafios ainda são muito presentes em todo o mundo.
Por fim, após sete semanas de estabilidade, os analistas reduziram as estimativas para a taxa Selic, que deve ficar em 12,25% neste ano. Já para 2024, os juros deverão encerrar o ano em 9,50%, patamar ainda elevado e que continuará afetando a renda dos brasileiros, reduzindo o poder do consumidor.