O Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou em um pronunciamento recente que as mudanças climáticas estão fora de controle. Sua declaração veio após a análise de dados não oficiais que indicam que a temperatura média mundial da última semana foi a mais alta já registrada.
“Se continuarmos atrasando as medidas essenciais de que precisamos, acredito que estejamos indo para uma situação catastrófica, como os últimos dois recordes de temperatura demonstram“, alertou Guterres, referindo-se aos recordes de temperatura quebrados na segunda e terça-feira.
Temperatura global tem aumentado de maneira alarmante
De acordo com dados coletados pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos EUA (NCEP), a temperatura média global do ar na terça-feira foi de 17,18ºC, superando o recorde de 17,01ºC registrado na segunda-feira.
No período de sete dias que terminou na última quarta-feira, a temperatura média diária foi 0,04ºC mais alta do que qualquer semana em 44 anos, conforme dados do Climate Reanalyzer da Universidade do Maine.
Como estas temperaturas estão sendo medidas?
O Climate Reanalyzer utiliza os dados do sistema de previsão climática do NCEP para fornecer uma série temporal da temperatura média diária do ar a dois metros de altura. Essas medidas são baseadas em leituras de superfície, balões e observações de satélite.
Por outro lado, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), cujas estatísticas são consideradas o padrão-ouro em dados climáticos, ressaltou que não pode validar os números não oficiais.
É possível reverter este cenário?
Cientistas concordam que esses dados indicam que as mudanças climáticas estão chegando a territórios desconhecidos. O aumento do calor causado pelo aquecimento global, combinado com o retorno do fenômeno El Niño, deve levar a mais recordes de temperatura quebrados.
A ONU confirmou o retorno do El Niño, um padrão climático esporádico, na terça-feira. A última grande ocorrência de El Niño foi em 2016, que continua sendo o ano mais quente já registrado.
Em última análise, é essencial que ações imediatas sejam tomadas em um esforço coletivo para enfrentar as mudanças climáticas antes que os danos ao nosso planeta se tornem irreversíveis.
Alerta no Brasila: Previsões meteorológicas indicam grande volume de chuvas devido a ciclone extratropical
De acordo com informações recentes dos serviços meteorológicos, a costa brasileira poderá ser atingida por um ciclone extratropical neste final de semana. Este fenômeno vem acompanhado de significativa precipitação pluviométrica, ou seja, aguarda-se um volume considerável de chuvas.
As previsões apontam que essa frente fria afetará principalmente a região costeira do Rio Grande do Sul, já habitualmente atingida por chuvas provenientes deste tipo de fenômeno. Estima-se que, nas próximas 48 horas, cidades como Porto Alegre e localidades do Litoral Norte poderão acumular entre 100 e 150 milímetros de chuva. Isso representa aproximadamente 50% da média de chuva esperada para o mês de julho como um todo, conforme divulgado pela Climatempo.
É um caso isolado de ciclone extratropical?
Não, o evento de ciclone extratropical previsto para os próximos dias não é um caso isolado. Com o aquecimento do Oceano Atlântico Subtropical em julho, a frequência de ocorrência de ciclones extratropicais tende a aumentar.
Lembre-se que, recentemente, um fenômeno similar impactou a região sul do Brasil há cerca de duas semanas. Nesta ocasião, foram registrados ventos de até 100 km/h e um volume de chuva de 200 mm em apenas 24 horas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Como resultado, houve alagamentos, escassez de água, deslizamentos de terra em estradas e, infelizmente, perdas humanas, desabrigados e desalojados.
Poderemos esperar um ciclone de mesma intensidade?
A boa notícia é que os serviços de previsão meteorológica destacam que o ciclone extratropical previsto para esta semana não apresenta a mesma intensidade do anterior. Assim, os danos esperados são menores comparados aos do evento anterior.
O que causa um ciclone extratropical?
O fenômeno ocorre devido a uma massa de ar frio originada no Oceano, em uma região de menor pressão atmosférica. Este processo resulta na formação de um fenômeno que transporta a umidade do mar para o continente.
É preciso entender o que são os ciclones extratropicais. Esses sistemas meteorológicos se formam fora das regiões tropicais, em áreas de pressão atmosférica reduzida. Eles estão associados às frentes frias e costumam ocorrer em latitudes médias e altas. No Hemisfério Sul, sua rotação é no sentido horário.
Quais os impactos de um ciclone extratropical?
Os ciclones podem trazer consigo uma série de efeitos negativos, como inundações, deslizamentos de terra, danos à infraestrutura, perda de vidas humanas e de colheitas. Podem também potencializar riscos de saúde devido à contaminação da água potável e podem causar erosão extensiva ao longo da costa.
Por isso, é importante estar preparado para esse tipo de evento, seguir as orientações das autoridades locais e manter um kit de emergência à mão.