Dentro de mais alguns dias, o governo federal deverá lançar o programa Voa Brasil. Trata-se do projeto que prevê a disponibilização de passagens aéreas mais baratas para determinados grupos sociais. Mas se engana quem pensa que esse projeto vai ter impacto no preço geral dos bilhetes para todos os brasileiros.
Ao menos foi isso o que disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, em entrevista na tarde desta quinta-feira (21). Na visão dele, o Voa Brasil é um programa válido, mas não é com ele que o governo federal vai conseguir resolver o problema do alto preço das passagens no Brasil.
“Não tem a função, para não criar falsa expectativa, de resolver um problema do custo da passagem em geral no Brasil. O custo da passagem no Brasil é muito alto, comparado a qualquer país do mundo”, afirmou Rui no programa Bom Dia, ministro, da TV Brasil.
“De uma capital para outra, às vezes, o custo é mais alto do que uma passagem para a Europa”, completou ele.
O público
De fato, o público que será atendido pelo programa Voa Brasil tende a ser reduzido. De acordo com informações do Ministério de Portos e Aeroportos, em um primeiro momento, o projeto vai atender:
- Aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ganham até dois salários mínimos por mês;
- Estudantes do Prouni.
Para além disso, o governo também já definiu que só vai aceitar a disponibilização de passagens para as pessoas que não viajaram de avião nos últimos 12 meses, o que diminui ainda mais o público alvo da ação.
Data de lançamento
Depois de uma sequência de adiamentos, a ideia do governo federal é lançar o programa Voa Brasil oficialmente até o final deste mês de março. De todo modo, nenhuma data foi definida ainda.
“Esse programa a gente espera lançar até o final do mês de março, já foi autorizado pelo presidente Lula. É um programa que, na primeira etapa, vamos atender 21 milhões de aposentados do INSS que ganham até 2 salários mínimos e 700 mil beneficiários do ProUni. A gente espera anunciar esse programa”, disse o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
“É um trabalho de construção coletiva, muito diálogo. O Brasil tem, em média, 18% a 21% de ociosidade nos voos. Então, a gente espera que quando o programa for lançado, esperamos até o final de março, está só dependendo da agenda do presidente Lula, lançando o programa, no mesmo dia, o cidadão brasileiro vai poder acessar o site, vai linkar o destino que ele quer visitar”, completou Costa Filho.
Financiamento do Voa Brasil
Entre outros pontos, Silvio Costa Filho também deixou claro que o programa não parte de um financiamento do governo. A ideia é apenas fazer uma parceria para que as companhias aéreas disponibilizem a preços mais baixos assentos que normalmente estão vazios.
Assim, a empresa poderia ganhar R$ 200, ao invés de não ganhar nada. O governo federal entra na história apenas disponibilizando as informações dos cidadãos, para deixar claro quem tem direito ao benefício.
“O governo brasileiro não tem condições de oferecer um programa [com passagens] a R$ 200 a todo povo brasileiro. É importante deixar claro isso. Mas, dentro do esforço que está sendo feito com as companhias aéreas, estamos elencando dois segmentos muito importantes”, afirma o ministro Sílvio Costa Filho.
Série de adiamentos do Voa Brasil
Desde que foi anunciado pelo governo, o Voa Brasil já foi adiado ao menos quatro vezes. O Ministério de Portos e Aeroportos avalia que tudo aconteceu por conta de um problema de agenda do ministro, que não pôde estar em Brasília no dia 5 de fevereiro, e nem em nenhum outro dia até o fim do carnaval.