O mês de setembro marcou um recorde histórico negativo em relação às dívidas familiares, alcançando 74%. O último mês fechou com um aumento de 1,1 pontos percentuais de famílias endividadas, o que marca o maior crescimento anual de todos os tempos.
Os dados são de uma pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, que foi divulgada nesta segunda-feira (4), no Rio de Janeiro, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio.
Entre as dívidas familiares mais comuns, podemos incluir o cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado, carnê de lojas, prestação de carro e casa. Por outro lado, os indicadores de inadimplência foram negativos pelo segundo mês consecutivo.
Muitas famílias já nem tem mais condições de pagar as dívidas
Também de acordo com a pesquisa, a parcela de famílias que declararam que não têm mais condições de quitar as suas dívidas cresceu muito ao longo do ano, saindo de 0,4 ponto percentual para 10,3 pontos.
Já para os grupos de renda, as tendências não estão sendo alteradas desde o mês de abril. Entre as famílias que recebem até dez salários mínimos, o endividamento subiu de 74,2% para 75%, o que representa uma nova máxima histórica.
Agora no comparativo para as famílias que recebem acima de dez salários mínimos, o endividamento em setembro subiu de 67,6% para 68,9% no último mês, o que é um número bem acima dos 59% apresentados no mês passado.
Parcela média da renda comprometida recuou no último mês
A parcela média da renda comprometida que está com dívidas ativas recuou para 30,2%, sendo 20,8% do total dos endividados que afirmam ter mais de 50% de dívidas ativas para pagamentos.
No total de famílias endividadas, 84,6% fecharam o mês de setembro com dívidas ativas no cartão de crédito, o que representa um novo recorde para a modalidade e aumento de 5,6 pontos no comparativo anual.
As dívidas com carnês de lojas atingiram 18,8% e o financiamento de carro somou 13,2%. Outra estatística que subiu é o tempo de endividamento, ou seja, as contas que estão ativas. Entre os que estão inadimplentes, o tempo médio para o pagamento de dívidas caiu, passando de 61,9 dias para 61,6 dias em setembro.
Momento de inflação alta acaba dificultando o pagamento de contas
A inflação em alta acaba prejudicando a situação para as famílias que estão endividadas, além do aumento do desemprego e o Auxílio Emergencial que mesmo que siga para 2022, deve reduzir ainda mais o seu valor, que hoje é de apenas R$ 150 e que de acordo com os membros do Governo Federal, deve passar para apenas R$ 100.
Essa inflação alta acaba deteriorando os investimentos domésticos e diminuindo o poder de compra das famílias, em especial aquelas que têm um menor poder de compra. Além das dívidas em aberto, o momento é de alta em diversos produtos, como medicamentos, alimentos, transporte e energia, afetando principalmente o preço da cesta básica.