Mercado estima redução da inflação para 10,05% ao final deste ano

Semanalmente o Banco Central (BC) divulga um levantamento com a expectativa das instituições para os principais indicadores econômicos, chamado Boletim Focus. Na edição desta segunda-feira (13), encontra-se a nova previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o medidor de inflação oficial do país.

De acordo com a pesquisa, baseada na previsão do mercado financeiro, a tendência é de que a inflação (IPCA) feche o ano em 10,05%. Tal previsão indica uma queda de 0,13 pontos percentuais em relação à última previsão divulgada, que foi de 10,18%. Essa é a primeira redução depois de 35 semanas consecutivas de alta.

Ainda segundo o Boletim Focus, em 2022 , a estimativa de inflação manteve-se em 5,02%. Para 2023, a previsão apresentou uma redução de 3,50% para 3,46%. Em 2024 registrou uma pequena variação de 3,10%, para 3,09%.

Vale ressaltar que a meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e 2023, as metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Gasolina é a principal “vilã”

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última sexta-feira (10) dados referentes ao IPCA, que registrou um acúmulo de 10,74% nos últimos 12 meses. Segundo um levantamento feito pelo André Braz, coordenador dos índices de preços do Ibre-FGV, aponta que a gasolina é o principal produto afetado por essa inflação.

O combustível sozinho apresentou uma alta de mais de 50% no período referente aos últimos 12 meses, o que significa um aumento de 2,49 pontos percentuais no IPCA.  Ele é seguido pela energia elétrica residencial, com uma variação acumulada de 31,87%, e do etanol, que subiu 69,4%.

A explicação que a própria Petrobras deu para o aumento dos preços dos combustíveis está em vários fatores, mas, principalmente, no valor do petróleo e no câmbio. “ Os ajustes refletem também parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio”, afirma a empresa.

A relação entre a inflação e taxa Selic

O principal instrumento utilizado pelo BC para tentar atingir a meta de inflação anual, é a taxa básica de juros, a Selic, definida em 9,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na última reunião deste ano, realizada na semana passada.

Para o fim do ano que vem, a estimativa é de que a taxa básica chegue a 11,50% ao ano (na semana passada a estimativa era de 11,25%). E para 2023 e 2024, a previsão é de Selic em 8% ao ano e 7% ao ano, respectivamente.

O objetivo da taxa Selic ser aumentada pelo Copom, é de conter a alta demanda, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Todavia, quando o Copom reduz a Selic, a intenção é exatamente ao contrário, ou seja, o crédito fica mais barato, e aumenta o incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

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