Mercado de smartphones deve se estabilizar após queda em 2022

Estudo aponta motivos para resultados ruins no ano de 2022 e perspectivas para este ano

A consultoria GfK analisou o mercado global de dispositivos eletrônicos, uma indústria que, mesmo tendo enfrentado quedas em 2022, mantinha algumas categorias com bom desempenho. Para 2023, a previsão é de estabilização do mercado. 

Isso porque, assim como para todos os outros segmentos do mercado de tecnologia de consumo e bens duráveis, 2022 foi um ano difícil para a indústria de telecomunicações. A pandemia de covid-19 fez diversos consumidores comprarem novos equipamentos, desde smartphones a computadores, o que levou a uma saturação das vendas em 2022.

Além disso, o enfraquecimento adicional do mercado chinês impactou significativamente os resultados. Ao todo, o mercado global de telecomunicações fechou o ano passado com uma queda de 9,7% na receita em comparação com 2021. 

O segmento de smartphones, incluindo phablets, também teve uma queda de demanda de 9,1% de janeiro a dezembro de 2022 em relação ao ano anterior, com um total de 908 milhões de unidades vendidas. As receitas foram atingidas ainda mais, com uma queda de 10,2%, para US$ 330 bilhões. 

Consumo de smartphone impulsionado por modelos premium 

Com o estreitamento do orçamento dos consumidores, quem impulsionou o mercado em 2022 foram, praticamente, os grupos de média e alta rendas. Esses dois conjuntos de consumidores foram responsáveis por 48% das compras de smartphones no último ano, o que representa um aumento de 4% em relação a 2021. 

Assim, a demanda por aparelhos premium também aumentou, como por exemplo, a receita dos modelos 5G, que cresceu 1,2% de janeiro a dezembro de 2022 em relação ao ano anterior. O mesmo se aplica aos dispositivos com maior armazenamento: os smartphones com capacidade superior a 256 GB registraram um aumento de 19% e representaram 41% da receita total do mercado. 

Enquanto os consumidores, que ainda estão comprando smartphones, optam por dispositivos premium, o número total de compras diminuiu em 2022. Uma razão para isso pode ser pelo fato de as pessoas manterem seus smartphones por mais tempo. Dados da gfknewron Consumer mostram que, de janeiro a setembro de 2018, apenas 48% dos consumidores usaram seus smartphones por dois anos ou mais. Essa participação agora aumentou para 57% no mesmo período de 2022 (um aumento de mais nove pontos percentuais). 

Esse fato pode ser observado especialmente na Geração Z (15 a 25 anos), onde a participação agora é de 14 pontos percentuais acima da média. A geração mais jovem tem um foco claro na sustentabilidade e, portanto, estende conscientemente o ciclo de vida de seus dispositivos. 

Wearables: ainda estáveis devido a novas inovações de sensores 

Um dos poucos segmentos que conseguiram sobreviver ao difícil ano de 2022 com estabilidade é o de wearables. Com receita de US$ 13,9 bilhões, o mercado de wearables alcançou quase o mesmo nível em 2022 do que no ano anterior (menos 1,1% em relação a 2021). Embora os segmentos populares tenham perdido espaço, isto foi compensado pelo crescimento de outras linhas de produtos. 

Desenvolvimento de receita por categorias de wearables em 2022 em comparação com o ano anterior: 

  • Rastreador de saúde e condicionamento físico: -31%
  • Smartwatches: +21%
  • Computadores de pulso: -43%

Essas mudanças foram impulsionadas pelo aumento da demanda do consumidor por um controle mais detalhado de sua saúde, por meio de recursos inteligentes. Assim, os wearables com recurso de rastreamento do sono (mais 4%) ou sensores de oxigênio no sangue (mais 20%) apresentaram forte crescimento. Essa tendência também levou a desenvolvimentos em inovação, como o novo recurso de medição do nível de estresse (EDA). Lançados no quarto trimestre de 2021, esses dispositivos já respondem por 16% da receita do mercado de wearables e continuam crescendo. 

Perspectiva 2023 

Os especialistas da GfK preveem que 2023 será mais forte para o mercado global de telecomunicações em comparação com 2022. Regionalmente, espera-se que a China, que é o maior mercado único, se recupere novamente e impulsione significativamente o crescimento do mercado global. Além disso, os desenvolvimentos nas três principais categorias de produtos terão um impacto positivo: 

  • Embora os ciclos de substituição estejam se estendendo, as compras de smartphones feitas no auge da pandemia em 2020 e 2021 estão entrando na janela do ciclo de renovação esperado este ano. 
  • Em wearables, a próxima geração de sensores Health Tracking, que expandirá o escopo de aplicações, impulsionará o mercado. Além disso, espera-se um crescimento positivo da receita para o segmento de smartwatches. 
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