Mais de 20% das famílias deixam de comprar comida para comprar botijão de gás

De acordo com pesquisa novo do Ipec, cerca de 22% das famílias brasileiras deixam de comprar comida por causa do preço do gás

Ou compra a comida ou compra o gás. Essa é uma escolha que muitas famílias brasileiras tiveram que fazer no ano passado e terão que fazer novamente neste ano de 2022. De acordo com um levantamento da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), cerca de 22% das casas do país passaram por essa situação.

Esse é o percentual de brasileiros que disseram que tiveram que diminuir a compra de comida para conseguir comprar o botijão de gás. De acordo com informações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o valor deste item cresceu exponencialmente durante os 12 meses do ano passado.

Agora, pelo que sabe, a média nacional do botijão de gás está acima dos R$ 100 e neste momento não há nenhuma previsão de queda nesses valores. De acordo com o IPEC, é justamente esse aumento que está fazendo com que vários brasileiros precisem pensar várias vezes antes de comprar comida.

Ainda de acordo com o levantamento, cerca de 40% da população brasileira deixou de comprar itens como roupas, sapatos e eletrodomésticos este ano por causa do preço do botijão de gás. Para analistas, esse dado seria uma prova de que o aumento do botijão acaba sendo ruim também para os comerciantes de varejo.

A situação parece ser pior na região Nordeste, pelo menos é o que diz esse mesmo levantamento do IPEC. Enquanto no Brasil todo, cerca de 22% das pessoas diminuíram a compra de comida, quando se considera apenas essa região, essa taxa sobe para 28%. Quase três em cada 10 nordestinos tiveram que escolher entre comprar comida ou o botijão.

Vale-gás nacional

Em resposta, o Ministério da Cidadania informou que o Governo Federal já está pagando o vale-gás nacional para cerca de 5,6 milhões de pessoas. A pasta disse que esse programa deve ajudar na compra desse item.

Pelo que se sabe até aqui, esse benefício já foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente Jair Bolsonaro. Nas últimas semanas de 2021, os parlamentares aprovaram a liberação de cerca de R$ 300 milhões para os primeiros repasses.

A ideia geral do projeto é pagar pelo menos a metade do valor médio do botijão de gás, definido justamente pela ANP. Os repasses começaram já em dezembro. As pessoas estão recebendo R$ 52 nessa primeira liberação.

Não tem vaga para todo mundo

A questão, no entanto, é que não tem vaga para todo mundo neste programa social. Na verdade, de acordo com dados do Ministério da Cidadania, apenas uma pequena parcela de usuários vai conseguir receber de fato o dinheiro do projeto em questão.

Em dezembro, apenas usuários que moram em regiões atingidas pelas fortes chuvas na Bahia e em Minas Gerais é que conseguiram pegar o dinheiro. Estamos falando aqui de algo em torno de 100 mil cidadãos apenas.

Em janeiro, outros 5,4 milhões poderão pegar a quantia de forma retroativa. Isto significa dizer que eles também poderão receber esse montante. Mas a ideia do Governo é atender apenas aqueles que estão no Auxílio Brasil.

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