O Natal e a Black Friday são datas que concentram as intenções dos brasileiros de compras pelo celular em 2021. Segundo pesquisa da Digital Turbine, plataforma para empresas de aplicativos, 89% dos brasileiros pretendem comprar pelo smartphone no Natal, adquirindo, em média, seis itens. Já na Black Friday, 53% afirmam que as compras serão pelo celular, com média de três produtos. O levantamento foi realizado em agosto com 846 pessoas.
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A pesquisa mostra que a pandemia aumentou o hábito de comprar online pelo celular. Quase todo brasileiro (92%) compra pelo smartphone. Destes, 30% passaram a comprar ainda mais pelo celular após o início da pandemia e 18% só adquiriram o hábito depois que o isolamento social foi implementado.
Outro dado aponta que 68% dos brasileiros preferem fazer compras pelo celular do que pelo computador. Isso porque, para 70%, é uma forma de economizar tempo, enquanto pouco mais da metade (54%) porque não precisa sair de casa. Por outro lado, 24% ainda não consideram as compras mobile muito seguras.
O computador, no entanto, ainda sai na frente na facilidade de navegação e visualização. O consumidor brasileiro considera importante comprar em uma loja online segura, com taxas de frete baixas. Sobre as vantagens da compra física, 68% dos brasileiros consideram importante poder experimentar e ver os produtos antes de comprar, e 58% consideram vantajoso não ter que pagar pelo frete.
Aplicativos conquistaram brasileiros
A pandemia forçou uma digitalização do brasileiro. Segundo Bruna Leite, Head of Sales Latam da Digital Turbine, o novo comportamento veio para ficar. A pesquisa da empresa mostra que 40% dos brasileiros aumentaram o uso de seus smartphones durante o pico da pandemia. Além disso, 59% acreditam que continuarão a usá-lo na mesma medida que usam hoje, mesmo após o período de pandemia.
Para Bruna, isso só mostra como há, entre os desenvolvedores de aplicativos e profissionais de marketing, uma corrida contra o tempo para aquisição de novos usuários, mais assinaturas e compras no aplicativo durante o período de compras. “Decidimos olhar esse mercado de perto, ouvindo os brasileiros sobre suas preferências na hora de comprar pelo smartphone para ter certeza de que o comportamento dos novos consumidores veio para ficar e assim encontrarmos soluções para que os aplicativos sejam descobertos com facilidade”, explica.
Jose Augusto Gabizo, presidente da Fico América Latina e Caribe, também considera que a pandemia mudou os hábitos dos consumidores. Com ela, a importância de uma boa experiência do cliente se tornou cada vez mais essencial não só para o crescimento, mas também para a sobrevivência de muitas indústrias.
Para ele, a adoção do e-commerce pelo brasileiro indica que o investimento em tecnologia não é algo opcional, mas sim um caminho obrigatório para a sobrevivência das empresas durante a atual crise e também no mundo pós-Covid.
Economia digital
Para aderir a esse movimento, Gabizo destaca que um dos maiores desafios ainda é o processo de tomada de decisões. Com a quantidade de informações disponíveis e um tempo cada vez mais curto para analisá-las, as organizações cometem erros que prejudicam a experiência do cliente e, consequentemente, seus planos de expansão.
Nesse contexto, as plataformas que ajudam na tomada de decisão são as aliadas. Seus softwares aplicam tecnologias como inteligência artificial (IA) e análise de dados para avaliar grandes volumes de dados, fornecendo insumos para uma rápida tomada de decisão.
Um exemplo prático de como essa tecnologia funciona é durante uma transação online. Durante uma compra online, a transação por um cartão de crédito pode ser negada caso haja suspeita de fraude, como um horário e loja de compra fora do habitual do cliente. Da mesma forma, uma compra pode ser rapidamente realizada por seguir padrões de consumo da pessoa.
O executivo da Fico, empresa que fornece soluções para o setor financeiro, a pandemia exigiu uma transformação digital da sociedade. Mas, independentemente do setor ao qual pertencem, as empresas têm em suas mãos a oportunidade de crescer no curto prazo, desde que adotem um perfil de resiliência e que consigam adaptar ou reinventar seu modelo de negócios para atender às novas demandas do mercado.